O Centro de Portugal espera fechar 2017 com crescimento a rondar os 15% e lança apostas para manter a dinâmica.
A Região Centro foi que, entre 2013 e 2016, registou o maior crescimento no número de dormidas em estabelecimentos de Turismo no Espaço Rural e Turismo de Habitação.
Um crescimento que ronda os 39,1%. Este é um dos dados mais relevantes para a Região Centro constantes na 5.ª edição do Retrato Territorial de Portugal, publicação bienal do Instituto Nacional de Estatística.
Merece destaque o facto de o Interior Centro ser dos territórios menos afetados pela sazonalidade. Ou seja, é onde se verifica menos concentração da procura entre julho e setembro, sendo mais constante durante todo o ano.
“Os municípios em que o efeito de sazonalidade nos meses de julho a setembro era menos intenso (valores abaixo de um terço do total de dormidas no ano) situavam-se maioritariamente no território do Interior da Região Centro, nas áreas metropolitanas do Porto e de Lisboa e também na Região Autónoma da Madeira”, lê-se no documento.
Outro número que merece destaque é o do crescimento no número de estabelecimentos de alojamento turístico. “No Continente, a Área Metropolitana de Lisboa (13,5%) e o Centro (11,9%) registavam as taxas de crescimento médio anual mais elevadas”, escreve o INE.
De referir ainda que o Centro é um exemplo no que diz respeito ao aumento de oferta em zonas menos povoadas: “Em 2016, em algumas sub-regiões do Centro (Beira Baixa, Beiras e Serra da Estrela, Oeste), bem como no Baixo Alentejo, no Alentejo Central e na Região de Leiria, mais de 80% da superfície licenciada destinada ao turismo localizava-se em solo rústico”.
Da mesma forma, o Centro destaca-se por ser a região em que os municípios mais apostam na reabilitação de edifícios destinados ao turismo, em vez de construir de raiz: em 21 municípios do Centro, segundo o INE, o total das obras destinadas a fins turísticos correspondeu exclusivamente a obras de reabilitação.
“Estes são indicadores que comprovam a diversidade da oferta do Centro de Portugal, que se destaca por ter uma oferta menos massificada e menos concentrada do que outras regiões. Os resultados desta estratégia estão à vista de todos, com o crescimento da procura na região a bater todos os recordes”, considera Pedro Machado, presidente do Turismo do Centro.
O facto de o Centro estar menos sujeito à sazonalidade é um dos trunfos destacados por Pedro Machado. “Quem procura o Centro, não vem atrás do sol e praia, que também tem. Vem pelas experiências, pelo turismo ativo e de natureza, pelo turismo de património, pelo turismo religioso. Todos estes são produtos que podem ser usufruídos ao longo de todo o ano”.
No dia em que apresentou o curso de assistente de bordo a ser ministrado na Escola de Formação Profissional em Turismo de Aveiro, Pedro Machado revelou confiança na trajetória de crescimento e assegurou que 2017 vai acabar com uma subida de 15 ou 16%.
O presidente do Turismo do Centro salientou alguns números desse crescimento, recentemente conhecidos. “Em 2016, a região Centro de Portugal atingiu a 5,8 milhões de dormidas. Em 2017, nos dados disponíveis de janeiro a julho, totalizou 3 milhões de dormidas, o que representa um aumento de 14%. Se continuarmos nessa média, é provável que ultrapassemos as 6 milhões de dormidas este ano. Isto quando em 2013 estávamos nas 4 milhões”.
“Em 2013, a região Centro de Portugal registou 179 milhões de euros de receitas; em 2016 foram 260 milhões de euros. E passámos dos 27% para os 38% na taxa média de ocupação”, sublinhou Pedro Machado. “É preciso que a oferta qualificada esteja apta a corresponder ao enorme crescimento da procura na região”.
E pela frente deixou como desafios a aposta na melhoria de acessibilidades (Coimbra – Viseu), a aposta na criação de condições para abrir a base de Monte Real à aviação civil alicerçado nos movimentos para Fátima e o turismo de cruzeiros explorando os portos de Aveiro e Figueira da Foz (com áudio).