A relação entre o rendimento das famílias e o custo das casas coloca Ílhavo numa posição em que é maior o número de anos para pagar casa.
O estudo da plataforma comparaja.pt conclui que em tempo de pandemia, com procura elevada de habitação, há indicadores necessários para as famílias tomarem decisões em que a relação entre o rendimento disponível, o custo do imóvel e a relação com a banca.
Para dar resposta a essa questão, o ComparaJá.pt elaborou um estudo a partir de dados específicos por município no que respeita ao preço por m2, salário médio, taxa de esforço e TAEG no crédito habitação.
Procurou apurar qual o prazo mínimo expectável para a aquisição de um imóvel com 100 m² em cada localidade.
“Através deste estudo é possível ter-se uma perceção clara da necessidade de se fazer uma análise criteriosa à capacidade financeira na hora de se solicitar um empréstimo para comprar casa, particularmente a taxa de esforço”, sublinha José Figueiredo, diretor-geral do ComparaJá.pt.
Este responsável explica que “a taxa de esforço corresponde à percentagem do rendimento das famílias que é destinada a pagar as prestações dos créditos, sendo que não deverá ser superior a um terço do rendimento total do agregado familiar. Ou seja, se um casal ganha, em conjunto, 1.500 euros líquidos por mês, então o valor mensal dos créditos não deverá ser superior a 500 euros”.
Na análise do ComparaJá.pt foi também considerado um aspeto por vezes negligenciado pelos consumidores no momento de comprar casa: a poupança prévia necessária para fazer face ao valor da entrada inicial, montante que geralmente corresponde entre 10% a 20% do valor de aquisição do imóvel.
Municípios de Anadia e Ílhavo separados por mais de duas décadas de trabalho para comprar casa.
Conforme os dados da tabela abaixo, no município de Anadia, em menos de 16 anos é possível concretizar o objetivo de ter habitação própria.
Dados que contrastam com Ílhavo, por exemplo, onde devido ao elevado preço dos imóveis, comprar uma casa com 100m2 demora um pouco mais de 40 anos, exigindo mais de duas décadas adicionais de trabalho do que no município deAnadia.
O preço das habitações, inflacionado pela existência de bolsas entre as mais caras do país como Barra e Costa Nova, agrava essa realidade.
O preço médio do m2 para Ílhavo está definido nos 1473 euros.
Espinho está no topo das disparidades entre o custo das casas e os salários.
Uma família média terá de optar por uma habitação de apenas 92 m2, no valor de 148.279 euros, o que pressupõe um crédito habitação a 40 anos (limite máximo) e três anos de poupança para a entrada inicial.