Representantes do Setor Florestal apelam ao Primeiro-Ministro para a real dimensão da tragédia social e económica resultante dos incêndios de 2017. Dizem mesmo que a situação atual é de “um cenário de pós-guerra” defendendo que as medidas em curso são insuficientes para a resolução do problema e os representantes do setor florestal não estão a ser ouvidos.
Os representantes do sector florestal, reunidos em Coimbra num momento em que se discute o OE 2018, consideram que a situação nos territórios afetados é ainda mais grave do que os meios de comunicação social têm propalado; que há medidas urgentes que têm de chegar ao terreno no curto prazo; que a floresta, a agro-floresta e os produtores florestais raramente são referidos como parte da solução; que os apoios não chegaram e não se vislumbra que irão chegar no curto prazo; há muito trabalho feito na floresta e nos territórios rurais pelo sector agroflorestal e pelas suas organizações, e está maioritariamente a ser feita “tábua rasa” de todo esse capital e que é preciso atuar no imediato e pensar o futuro de forma diferente.
Pedem audiências com carácter de urgência ao Primeiro-Ministro e à Comissão de Agricultura e Mar da Assembleia da Republica. A Associação Nacional de Empresas Florestais, Agrícolas e do Ambiente é uma das unidades envolvidas neste apelo. Entidades que têm na região de Aveiro, em particular em Albergaria, alguns dos seus associados.
As entidades subscritoras constituem a totalidade das organizações representantes dos produtores florestais e dos prestadores de serviços florestais. O total da Produção da Silvicultura e Exploração Florestal foi de 1241 milhões de euros, enquanto que o Valor Acrescentado Bruto (VAB) da silvicultura registou, em 2015,cerca de 893 milhões de euros.
Em 2016, as exportações florestais totalizaram 4,7 mil M€, enquanto que o saldo da balança comercial dos produtos de origem florestal registou um excedente de 2,5 mil milhões de euros.