João Pedro Braga da Cruz defende que Aveiro deve afirmar o seu interesse na nova rede de elevadas prestações e dispor da melhor informação de forma a influenciar decisões que são tomadas no campo da ferrovia.
Diz que é necessário aproveitar a maior oferta de comboios suburbanos, para promover a oferta de habitação e serviços para atrair e fixar pessoas e famílias que aspiram a ter uma boa qualidade de vida e com o tecido empresarial e a comunidade portuária ter parte ativa para a melhoria da rede ferroviária de mercadorias no eixo Aveiro - Viseu - Mangualde - Salamanca - Valladolid.
Três ideias que antecipam os fóruns promovidos pela Plataforma Cidades sobre o futuro da ferrovia.
O antigo administrador do Porto de Aveiro, admite que as viagens venham a ser mais escrutinadas pelas facilidades que oferecem pela conetividade do que pela rapidez muito embora admita que no turismo esse critério será cimeiro.
Numa reflexão que antecede os três painéis promovidos pela Plataforma Cidades sobre o futuro da rodovia, Braga da Cruz diz que Aveiro deve assumir-se como “Pólo estruturante” e que “terá de ambicionar às soluções de transporte ferroviário de longo curso que ofereçam boas condições de ligação a Lisboa, e ao seu(s) aeroporto(s), e ao aeroporto Francisco Sá Carneiro”.
Aconselha a uma participação e a uma atenção especial sobre os grandes projetos previstos.
“Nesta fase de reformulação da rede ferroviária é essencial afirmar o interesse de Aveiro em dispor de transporte ferroviário de longo curso de elevada capacidade e ter acesso à informação sobre o delinear do projeto da alta velocidade para, na medida do possível, fazer prevalecer os interesses da cidade e da região no processo de decisão”.
A propósito das ligações ao Porto de Aveiro admite tratar-se de um porto com localização privilegiada apresentando-se “como um centro agregador de carga muito relevante para o transporte ferroviário de mercadorias”.
“Mas a disponibilidade de carga é apenas um dos termos da equação, que terá de ser completado com a conexão aos centros de produção ou de consumo, situados a uma distância suficiente para aproveitar a economia do transporte ferroviário”.
Fala sobre a importância do eixo Aveiro – Viseu – Guarda – Salamanca.
“A cobertura desses territórios implicará, no caso de Viseu a insistência na criação de uma variante ao traçado da Linha da Beira Alta, ligando Aveiro, Viseu e Mangualde”.
António Oliveira espera ver a Ferrovia ganhar maior peso no transporte de mercadorias na Europa mas diz que a compatibilização de meios é “chave” no futuro.
“Seria importante que os operadores ferroviários encontrassem, com os políticos, os donos das infraestruturas ferroviárias, das autarquias, das regiões e dos governos, soluções para que a ferrovia fosse igualmente flexível e amigável. De pouco adiantará, para a maioria dos importadores e exportadores, construir novas ferrovias se estes problemas de flexibilidade, rapidez e amigabilidade não forem resolvidos. As soluções não podem ser só nacionais (em território português), mas em todos os países de origem / passagem / destino dos comboios de mercadorias”.