Pompílio Souto admite edifício da Homem Cristo dedicado ao ensino articulado e cidade das artes na Praça da República.

O coordenador da Plataforma Cidades entra no debate sobre o futuro da Escola Secundária Homem Cristo e defende a manutenção do espaço enquanto edifício ao serviço do ensino articulado com aposta nas artes.

Já eram conhecidas as posições de quem defende a solução proposta pela autarquia para a criação de uma nova escola noutro local e o uso do edifício para serviços municipais e de quem defende a reabilitação para manter o ensino secundário naquele local e a vida que só instituição de ensino pode garantir.

Agora surge uma terceira via.

A manutenção do espaço escolar ao serviço do ensino articulado fazendo da Praça da República o espaço das Artes e da Inovação.

Pompílio Souto lembra que tem defendido a manutenção da escola pela vida que confere ao Centro da Cidade.

Inspirado pela degradação do Conservatório de Música Calouste Gulbenkian e pela presença da Orquestra Filarmónica das Beiras na Casa de Chá do Parque, o arquiteto defende que a Praça da República pelo tipo de equipamentos que apresenta pode ser praça das artes.

Escola Homem Cristo, Paços do Concelho, Teatro Aveirense, Biblioteca Municipal, Livraria Bertrand, Santa Casa da Misericórdia, Igreja da Misericórdia são peças de um espaço onde figura a estátua de José Estêvão que o arquiteto quer ver acompanhada de vida.

“Assim aqui chegados, o que era mesmo, mesmo muito interessante, útil e radicalmente inovador – meus Caros – era fazer obras no Edifício da Homem Cristo para lá instalar a Escola Artística do Conservatório de Música Calouste Gulbenkian – a funcionar em regime de ensino integrado –, com ligações diretas ao Teatro Aveirense e ao Atlas, enquanto do lado oposto à volta do Claustro da Misericórdia se instalava a Filarmónica das Beiras e um Espaço de Artes Plásticas”.

Uma forma de resolver os problemas que decorrem da criação de turmas de ensino articulado e que no início deste ano letivo gerou grande polémica na cidade.

“Ganhava a Música, a Dança, o Canto e o mais que se lhe juntasse, mas indiretamente, ganhariam também as outras Escolas que, com projetos educativos não centrados nessas artes, se veem obrigadas a constituir turmas especiais para os alunos que depois alguém (que pode) transporta (à hora que calha) para o espaço onde o jovem estuda aquilo que considera central no seu processo educativo e formativo. Por arrasto ganhavam também aqueles outros jovens que não têm quem os possa transportar à hora que calha para a escola onde poderiam realizar-se – o Conservatório”.

Pompílio Souto diz que num quadro destes admitia a relocalização da escola.

“E sim, para assim ser até valeria a pena relocalizar a Escola Homem Cristo (ou parte dela) e dar novos Espaços aos Serviços da Autarquia que, neste caso, provavelmente até era bom que não estivessem todos no mesmo local”.