O Rio Caima volta à agenda política com denúncia do Partido Ecologista “Os Verdes”.
A deputada Mariana Silva, do Grupo Parlamentar Os Verdes, entregou na Assembleia da República uma pergunta, em que questiona o Governo, através do Ministério do Ambiente e da Ação Climática, sobre descargas de efluentes sem o devido tratamento no rio Caima.
Revela que o processo está a comprometer todo o ecossistema e biodiversidade a jusante, apesar de há cerca de um ano ter sido aprovado por unanimidade um Projeto de Resolução do PEV, resultando na Resolução da Assembleia da República n.º 78/2019 que recomenda ao Governo que adote medidas para despoluir os rios Antuã, Ul, Ínsua e Caima, no concelho de Oliveira de Azeméis.
O rio Caima é um curso de água que atravessa o interior norte do distrito de Aveiro.
Nasce na Serra da Freita, freguesia de Albergaria da Serra, concelho de Arouca, percorrendo os municípios de Arouca, Vale de Cambra, Oliveira de Azeméis e Albergaria-a-Velha desaguando no rio Vouga, junto à povoação de Sernada (Machinhata do Vouga - Águeda).
O Partido Ecologista Os Verdes revela que a ETAR de Ossela é ponto nevrálgico no sistema lembrando que as águas descarregadas no Caima apresentam "uma cor acastanhada com espuma branca à superfície da água, sendo nítido o contraste entre as águas rejeitadas e o caudal vindo de montante".
“Também junto à estação elevatória do subsistema de Ossela, a escassos metros da ETAR, por diversas vezes é percetível um manto gorduroso a envolver o ponto de rejeição, concluindo-se que as águas rejeitadas apresentam uma quantidade de gordura considerável que está a ser encaminhada para o rio Caima”, refere o Partido.
Passado quase um ano da publicação desta resolução o PEV diz que tudo continua na mesma.
Questiona o Ministério do Ambiente e da Ação Climática sobre o impacto dos efluentes rejeitados pela ETAR de Ossela enquanto fonte poluidora do rio Caima.
Quer saber se têm ocorrido ações de monitorização à ETAR e avaliações analíticas às águas rejeitadas e se a ETAR de Ossela encontra-se em pleno funcionamento.
As perguntas giram em torno das ações de fiscalização, autos, licenças e responsabilidade das empresas com licença para a rejeição de efluentes no domínio hídrico.