Há mais um chumbo de PSD e PS à proposta de atualização dos valores da taxa de resíduos.
Ílhavo voltou ao debate, com a mesma proposta da maioria “Unir para Fazer” e com o mesmo resultado.
Os partidos da oposição chumbam os valores propostos e insistem que a carga sobre os munícipes é penalizadora em tempos de inflação acentuada.
Sérgio Lopes, do Partido Socialista, diz que entre reuniões não houve qualquer contacto para uma tentativa de consenso ou pelo menos aproximar posições.
O PS diz que Ílhavo parou no tempo na questão dos lixos e espera para conhecer uma estratégia de ação política para a redução do lixo.
Poucas semanas depois do primeiro chumbo, o PS diz que esperava uma “proposta diferente”.
Lembra que a ERSAR faz recomendações e os municípios decidem a sua própria política para o setor com autonomia.
Revela que há “exemplos” de autarquias de todas as “cores”, mesmo de governação independente, com opção bem diferente.
Sérgio Lopes diz que a chave para conseguir a aprovação da tabela passa por “custos partilhados” entre autarquia e Munícipes e por um projeto que acentue a necessidade de reduzir a produção de lixo.
O vereador pede “modernização do sistema” e “pedagogia” e diz que fazer os consumidores pagar a conta é “irresponsável” (com áudio)
João Semedo vê “populismo” nos discursos de PSD e PS.
O vice presidente da Câmara saiu em defesa da maioria independente.
Lembra que há casos de municípios que não empurraram o problema para a frente e que já estão a conseguir reduzir a fatura com redução no total de lixo produzido.
Quanto às consequências alerta que a decisão pode fazer perigar a capacidade de investimento nas redes de saneamento.
“Os mesmos vereadores que ainda há pouco nos acusaram de sermos pouco arrojados, passado poucas semanas vêm ter impacto negativo nos fundos disponíveis para investimento. Podemos estar a falar de obras de saneamento. Podemos por em risco essas obras e estamos a falar de ambiente”.
Fátima Teles, do PSD, não gostou das referências da maioria à responsabilização dos partidos que chumbaram a proposta.
Fala em “lamurias” e um discurso que configura chantagem política.
Explica que o apelo ao aumento faseado é uma forma de encontrar uma posição equilibrada.
A vereadora entende que é possível essa solução intermédia, com repartição de custos, capaz de assegurar o cumprimento de metas (com áudio).
João Campolargo diz que os custos diretos da autarquia poderão passar para 700 ou 800 mil euros no final de 2023.
O autarca recorda que com os valores fixados em 2022 a autarquia foi obrigada a suportar o pagamento de 300 mil euros e que em 2023, no pior dos cenários, com agravamento de tarifas da ERSUC, esse valor pode chegar a mais 500 mil euros o que representaria um agravamento total de perto de 800 mil euros em 12 meses.
Um quadro que o autarca vê como “perigoso” por empurrar os problemas e com potenciais consequências caso a ERSAR venha a ter voz decisiva na qualificação de investimentos em saneamento básico (com áudio)