Hugo Lacerda é candidato à liderança da concelhia de Ílhavo do Partido Socialista.
A corrida eleitoral deverá voltar a contar com duas listas, uma protagonizada pelos atuais corpos sociais, liderados por Sérgio Lopes, e outra agora assumida por Hugo Lacerda, deputado municipal do PS.
O advogado, investigador universitário que está a terminar o doutoramento, tem vida no mundo associativo como vice presidente da Associação de Basquetebol de Aveiro e presidente do conselho de disciplina.
O antigo presidente da delegação de Ílhavo da Ordem dos Advogados Portugueses (de 2013 a 2016) está no segundo mandato enquanto deputado municipal e é uma das vozes do partido na Assembleia.
Assume que participa nas eleições de 31 de Janeiro por imperativo assumindo-se como crítico do “caminho que o partido, publicamente e internamente, tem assumido”.
Em carta dirigida aos militantes inscritos na concelhia de Ílhavo assume que as eleições autárquicas de 2021 não são ambição pessoal.
“Em relação a essas eleições comunico-lhe não ter, nem a ambição, nem o desejo, de vir a ser o seu principal protagonista”.
O candidato afirma-se orgulhoso do legado do partido, em Ílhavo, mesmo reconhecendo erros cometidos deixando uma análise crítica à forma como Sérgio Lopes lidera a estrutura.
E se no passado o PS era acusado de não ouvir a sociedade civil agora é acusado de não ouvir as vozes do partido.
“O nosso partido precisa de todos os seus militantes unidos mas a união necessita de saber ouvir, não apenas o exterior como de igual modo o seu interior”.
Essa visão interna pode ser, segundo Hugo Lacerda, “discordante” mas é decisiva na construção das soluções e na afirmação da identidade partidária.
A elaboração de listas surge já como primeiro foco de fricção no seio do PS e a compatibilização de nomes, há muito tida como o grande desafio de uma solução alternativa de poder, vai ter o seu primeiro braço de ferro.
A eleição para a concelhia pode configurar uma espécie de “primárias” para perceber como gere o PS os seus principais trunfos eleitorais em que os nomes de Eduardo Conde e João Campolago surgem na primeira linha de nomes “presidenciáveis”.
Lacerda dá o mote e diz que a sua candidatura pensa na criação de condições para incluir as soluções mais capazes.
“Não lhe prometo resultados, apenas a dedicação, frontalidade, lealdade e, em particular, o descomprometimento eleitoral de sempre para que em 2021 não se perca uma oportunidade de ter os melhores, e mais competentes – sem egos –, a sufrágio”.