João Moniz (na foto) lidera a lista candidata aos órgãos sociais da concelhia de Aveiro do BE com aposta declarada na eleição de um vereador para o executivo municipal de Aveiro em 2021.
A candidatura “A esquerda para transformar Aveiro” vai a sufrágio no dia 24 de outubro para um mandato de dois anos.
O bolseiro de doutoramento em ciência política é o número “1” de uma lista que inclui os nomes de Andreia Fonseca, Eduardo Antunes,Virgínia Matos, Celme Tavares, Ivo Angélico, Rita Baptista, Guilherme Amaro, Nelson Peralta e Raquel Wilson entre outros.
Chegar ao poder e evitar maiorias absolutas é a aposta da lista.
“Em 2017, o Bloco ficou próximo da eleição de um vereador. Somos a esquerda com potencial para eleger para a Câmara Municipal. O Bloco tem assim a capacidade decisiva para impedir maiorias absolutas. Assumiremos todas as responsabilidades decorrentes do voto popular na Câmara, na Assembleia e nas Freguesias. Não desistiremos de conquistar maiorias sociais transformadoras e de afirmar e aprovar as suas propostas”.
Como metas para os próximos dois anos pretende manter o ritmo de crescimento do BE, seguir em linha de continuidade com o passado recente, promete apoiar a candidatura de Marisa Matias à Presidência da República, reforçar o espírito das lutas sociais em Aveiro e defender os serviços públicos e os direitos laborais.
Depois da eleição de dois deputados nas últimas legislativas, o BE diz o caminho é continuar a crescer.
“O mito da inevitabilidade de uma Aveiro conservadora foi derrotado”.
A lista diz que Aveiro tem uma política municipal baseada na “exclusão das camadas mais empobrecidas da população”.
Reconhece “investimento público no espaço público” mas diz que “não existe política de habitação”.
“O resultado é um encarecimento do preço da habitação e a expulsão de muitas pessoas de algumas áreas urbanas, empurradas para a periferia e, também aí, com um custo superior”.
Critica ainda o que diz ser um modelo assistencialista.
“O executivo municipal recusa a criação de um serviço de ação social, apenas implementando mecanismos de dependência das camadas mais empobrecidas em relação ao poder autárquico. Exemplo disso é o apoio discricionário às famílias carenciadas e a ausência da constituição de direitos, nomeadamente a tarifa social da água automatizada. Assistimos ao ridículo de famílias serem forçadas a pedir diretamente à autarquia o pagamento de uma ou outra fatura da água e não a uma redução da fatura baseada em critérios claros e objetivos”.
O BE estende a crítica ao PS por entender que “não é alternativa”.
“Defende uma política de venda de património imobiliário ainda mais agressiva que a que tem sido levada a cabo pelo executivo PSD/CDS, enquanto não apresenta quaisquer políticas de habitação. O seu programa para Aveiro dá continuidade à sua abstenção no plano de austeridade para Aveiro (programa de ajustamento municipal)”.
A candidatura reserva ainda uma referência ao PAN pela “abstenção nos documentos fundamentais da governação municipal, muitas das vezes sem sequer intervir, por faltas nas reuniões do órgão e nos debates promovidos pela comunicação social”.
O BE considera que 2021 será ano decisivo no futuro autárquico por poder corporizar a intervenção cívica mais critica da ação do execugivo.
“As eleições autárquicas de 2021 podem marcar um momento de viragem na política do município. As várias movimentações populares dos últimos anos são igualmente expressão da necessidade de um rumo alternativo”.