Há 9 ideias para o futuro da antiga Lota e a Câmara de Aveiro dá 9 dias para consulta pública.
Os desenhos estão em exposição no Centro Cultural e de Congressos de Aveiro.
Trata-se de ideias numa fase em que os terrenos continuam sob tutela do Porto de Aveiro.
A autarquia espera envolvimento cívico mas está a ser criticada por não fomentar uma verdadeira participação.
Esta fase debate “conceitos de ocupação” do território que depois dará lugar a um Estudo Urbanístico e que pode influenciar a elaboração de projeto.
Os 10 hectares de terrenos estão a ser tomados como “área piloto” enquanto teste da incorporação dos desafios da “New European Bauhaus (NEB)”, movimento que pretende ser ponte entre o mundo da ciência e tecnologia e o mundo da arte e da cultura.
Uma forma de explorar “novas abordagens na relação da urbanidade com os valores ambientais em presença, focando-se na sustentabilidade do ambiente urbano, em energias limpas, na construção da Cidade com neutralidade carbónica e nos objetivos da economia circular”.
O autarca de Aveiro garante que o futuro passa por valorizar espaço público e privado mas ouvem-se já as primeiras críticas à forma como o processo está a ser conduzido.
José Carlos Mota, especialista em Planeamento ligado a diversos processos colaborativos, assistiu à abertura da exposição e deixou reparos à forma como a Câmara de Aveiro está a conduzir o processo.
“Certamente não será difícil concluir que este apelo para que os cidadãos se pronunciem sem qualquer forma de explicação e envolvimento não se aproxima do que defende o New European Bauhaus: beautiful, sustainable, together. Mas se houver dúvidas, pode perguntar-se…A história das decisões estruturantes em Aveiro baseadas em exercícios de concurso de ideias não é boa conselheira. Já sabemos como termina. A cidade beneficiaria de se poupar a mais uma disputa sobre um território único que justifica todos os esforços para ser bem planeado. Deixo um apelo para que o município reconsidere a forma como está a solicitar a participação dos cidadãos e das organizações locais neste desafio tão estimulante. E que o faça através de um amplo processo colaborativo. Together, como defende o NEB”.