HiLives: Including and Connecting in Higher Education: Networking opportunities for independent lives

Imagem
HiLives: Including and Connecting in Higher Education: Networking opportunities for independent lives
14.12.2020

Olá, sou a Paula Coelho Santos, investigadora do CIDTFF e docente do Departamento de Educação e Psicologia da Universidade de Aveiro; venho falar-vos da transformação em curso na Universidade de Aveiro (UA) (e não só), para um mais elevado nível de inclusão, capaz de se constituir como contexto de pertença de um grupo que tem estado impedido de a ela aceder: os estudantes que, tendo completado 18 anos de idade, ou terminado a escolaridade obrigatória, são detentores (apenas) de um certificado de frequência ou equivalente, que não lhes permite pleno acesso ao Ensino Superior.

Ao longo de quase 40 anos de trabalho docente e de investigação na UA e no Ministério da Educação, os fundamentos da minha ação estruturaram-se gradualmente em torno da necessidade de compreender as dimensões, variáveis e indicadores-chave pertinentes à construção de uma cultura de inclusão, desde o nascimento da criança à adultez, da Intervenção Precoce na Infância ao Ensino Superior Inclusivo.

Acredito que a evolução dos processos humanos se faz de modo evolutivo, incluindo passos pequenos e passos mais estugados; momentos conturbados, de luta e risco, seguidos de acalmia e consolidação, para logo se seguirem novas e arrebatadoras ‘batalhas’.

No que refere à vida universitária portuguesa, creio termos chegado a um momento de viragem: carente de transformação, metamorfose, como propõe Nóvoa (2019). Queremos participar nessa mudança profunda – que, acreditamos, está já em curso.

A forte adesão e envolvimento de alunos, docentes, investigadores e funcionários da UA ao Projeto INclUA: Promovendo a Inclusão de Estudantes com Dificuldades intelectuais e desenvolvimentais no Ensino Superior revelou uma nova realidade relacional, dentro da comunidade UA e na interface com a comunidade exterior; uma realidade composta de disponibilidade, esperança, e ideia de futuro. Assim se promoveu o desenvolvimento de um curso (pós-secundário, não conferente de grau), pioneiro em Portugal, acessível a pessoas com DID, aprovado pelos Conselhos Pedagógico e Científico da UA, em maio 2020. Tem como investigadora principal, Marisa Maia Machado, estudante de doutoramento em Educação na UA, com bolsa da Fundação para a Ciência e Tecnologia.

Sendo o papel da universidade – de hoje e de sempre - criar um espaço de descoberta, conhecimento, construção para o bem da Humanidade e do mundo é preciso Tempo; “dar tempo ao tempo” (Nóvoa, 2019). Parar, refletir e planear o futuro com base nessa reflexão; afinal, trata-se de “planear o futuro para ter um futuro!” (Shonkoff, 2013). Almejamos um futuro pleno de “liberdade, da possibilidade para uma vida em comum, em paz com a Terra e em paz com os outros” (Nóvoa, 2019).

Os projetos Incl_UA e HiLives – este, emergente daquele -, dedicados à construção de conhecimento necessário para fundamentar e concretizar a transformação do Ensino Superior – na UA e no contexto Europeu, respetivamente – rumo à plena Inclusão, propõem-se contribuir para esse futuro, o mais imediato como o mais distante.

O Projeto HiLives, financiado pelo Programa ERASMUS+, visa a construção de conhecimento para a Inclusão de estudantes com DID no Ensino Superior Europeu. Consórcio coordenado pela UA e constituído pelas Universidades de Ghent, Islândia e Salamanca, e pelas associações portuguesas ASSOL, FORMEM, Pais-em-Rede e AVisPT21, propõe-se produzir: (i) um referencial transnacional / europeu para o desenvolvimento de um currículo de ensino superior para jovens com DID, inclusivo, flexível e centrado no estudante; (ii) um protótipo de uma ferramenta digital para conectar e partilhar oportunidades, respondendo a expectativas, competências e necessidades de jovens adultos com DID, visando a oferta no ensino superior e as oportunidades do mercado de trabalho; e (iii) um guia de boas práticas transnacional / europeu para instituições do ensino superior, escolas secundárias e empregadores, com o objetivo de ajudar jovens adultos com DID a acederem ao ensino superior e a iniciarem uma vida independente.

Imagem
Educação à Escuta
Autor
susana ambrósio
Horário12:00às12:00

Episódios

  • Imagem
    Educação à escuta … de si própria!
    Educação à escuta … de si própria!
    02.11.2020

    Como é amplamente reconhecido, a investigação e os saberes que através dela se revelam constituem um dos fatores fundamentais na ativação dos processos de (auto)reflexão, formação e desenvolvimento quer das pessoas singularmente consideradas, quer das instituições enquanto organizações plurais. Trata-se de estimular uma visão educacional transformadora do real cuja racionalidade tem como referente, no primeiro caso, os paradigmas da profissionalidade reflexiva, crítica e ecológica e, no segundo, a ideia de escola/instituição reflexiva

    Ouvir
  • Imagem
    Um olhar sobre resiliência, saúde e educação
    Um olhar sobre resiliência, saúde e educação
    26.10.2020

    Olá, chamo-me Ana Frias, sou Investigadora do Centro de Investigação Didática e Tecnologia na Formação de Formadores (CIDTFF) da Universidade de Aveiro; Professora na Escola Superior de Educação de Coimbra e na Escola Superior de Saúde da Guarda, vivo em Coimbra, e venho falar-vos sobre Resiliência, Saúde e Educação.

    Ouvir
  • Imagem
    A História da Matemática na aprendizagem da Matemática
    A História da Matemática na aprendizagem da Matemática
    05.10.2020

    Ana Paula Aires

    aaires@utad.pt

    A importância da integração da História da Matemática na aprendizagem da Matemática tem sido apontada ao longo dos anos por vários autores que salientam inúmeras razões para a sua inclusão na aula de Matemática (Struik, 1992; Ralha, 1992; Fauvel, 1997; Fauvel & van Maanen, 2000; Fried, 2001; D’Ambrósio, 2012; Kjeldsen, Blomhøj, 2012).

    E surgem as questões: A integração da História da Matemática na aprendizagem da Matemática: Porquê? Para quê? Quando? Como?

    Ouvir