RUI
Há homens que só descobrem o gosto de estar com os outros quando se aproximam as eleições. De repente, surgem-lhes abraços fáceis, palavras doces e promessas em abundância. Mas depois, passado o fervor do cartaz e da urna, voltam ao silêncio distante. O Rui Dias não é desses homens. Nunca precisou de campanha para se envolver, nunca precisou de título para se dar, nunca precisou de palco para se sentir próximo. Sempre esteve, sempre participou, sempre serviu.
O seu caminho está marcado por uma presença discreta, mas firme, em todas as frentes que alimentam a vida comunitária. No Illiabum Clube, não esteve apenas como sócio de circunstância, mas como parte viva da energia que sustenta o coletivo. No Rotary, transformou o ideal de amizade em prática de serviço. Nas associações de pais, deu voz às famílias e às escolas, porque acreditava que educar é também construir comunidade. Rui é assim: não se limita a falar, age. Não se limita a aparecer, está.
Mas talvez o traço mais bonito da sua forma de ser não se veja nos salões, mas nos gestos simples, quase invisíveis. É o homem que recebe amigos em casa sem protocolo, a oferecer uma cerveja ou um copo de água, como quem diz: “aqui és bem-vindo, aqui há tempo para partilhar”. É o homem que se entusiasma a contar as horas gastas a arrancar espécies invasoras, como as canas que destroem o jardim, e fá-lo com gosto, porque cuidar do pequeno espaço que habita é também cuidar do mundo. E, sentado numa casa simpática, quase aberta para a rua, respira fundo e afirma com convicção: “Isto é qualidade de vida.”
É essa simplicidade que o distingue. Rui não precisa de inventar causas para se mostrar, nem de fingir trabalho para se legitimar. Ele já conquistou aquilo que tantos procuram e poucos encontram: o respeito dos seus pares, a confiança dos amigos, a gratidão das instituições, a pertença a duas terras — Matosinhos, a primeira, onde nasceu; Ílhavo, a segunda, que escolheu e que hoje ama como se fosse sua desde sempre. Muitos tentam insinuar que anda a preparar caminho para vencer algo. Mas Rui não precisa de vencer nada. Vive cada gesto com a clareza de quem o faz por amor, não por cálculo; por dedicação, não por vaidade.
E é neste contraste que se torna inevitável pensar também em João Campolargo. Nele há uma genética genuína de abraçar tudo e todos, de ser cordato em muitas situações, quase todas em público aberto. Não é, nem nunca foi, má pessoa — antes pelo contrário. Mas governar exige mais do que cordialidade. Exige visão, capacidade de preparar o presente com olhos postos no futuro. E é justamente aí que se abre a diferença. João Campolargo governa, tantas vezes, sem sentido claro do presente, como quem confia que o futuro se há de resolver por si mesmo. Ora, governar não é esperar: é antecipar. Não é adiar: é projetar. Não é viver apenas do instante: é desenhar o que virá.
Por isso, ao olhar para Rui Dias, percebemos que não se trata de um homem que queira conquistar poder para si. O que ele oferece é outra coisa: uma forma de estar que junta autenticidade e visão, proximidade e futuro, simplicidade e projeto. Rui não mudou por ser candidato. Continua o mesmo homem que sempre foi — alguém que vive para os outros, não por cálculo, mas por convicção, e que encontra no serviço, na amizade e na humildade a verdadeira medida do que é viver bem.
No fim de tudo, a escolha é clara: há quem abrace com afeto, mas não saiba projetar; e há quem abrace e, ao mesmo tempo, seja capaz de pensar no amanhã. É essa diferença que deve guiar quem quer o melhor para Ílhavo