Luís Souto de Miranda vs. Alberto Souto de Miranda: Pragmatismo vs. Utopia
Nada contra ninguém, nada de pessoal — mas a favor de alguém que pode mudar para melhor o concelho de Aveiro e construir uma ponte rápida com todos os concelhos vizinhos, em particular com Ílhavo, pela sua proximidade física e laguna partilhada.
Se há algo de que Aveiro precisa, é de uma visão equilibrada, sensata e, acima de tudo, realista. É por isso que, quando olhamos para Luís Souto de Miranda — o candidato que já deu sinais de força, afirmação e convicção no único debate entre candidatos realizado até hoje, onde apresentou já um esboço de projeto ponderado e adaptado às necessidades reais da cidade — não podemos deixar de sentir um certo alívio. Pode parecer ainda pouco — são os ritmos — mas, finalmente, temos alguém que entende que progresso não significa destruir tudo o que existe ou lançar planos megalómanos que só funcionam com orçamentos ilimitados, alheios à realidade.
Luís, com a sua postura ponderada e sóbria, sabe que a cidade precisa de soluções viáveis. Nada de promessas vazias ou grandes fantasias; nada de se deixar contaminar por essa estonteante necessidade de estar constantemente online, prisioneiro da vontade que os órgãos de comunicação social — e até outros candidatos e comentadores — tentam impor. Ele sabe que não se constrói uma cidade com ideias sem sustentação orçamental. Este é o primeiro ponto de reflexão, o ponto de partida: racionalidade.
Ao contrário de Alberto, que parece acreditar que Aveiro se pode transformar numa cidade ao seu gosto — porque entende que ou os aveirenses gostarão, ou basta ele e os seus discípulos. Aliás, a funcionalidade da cidade não lhe é particularmente relevante, porque não vive nela. Neste ponto, não fosse ele candidato à Câmara Municipal de Aveiro, até se podia condescender com a ideia de querer, por exemplo, a mais bonita alameda de Portugal. Mas não podemos viver apenas de desejos que não encaixam na realidade.
Para Alberto, os factos parecem ser apenas obstáculos a ultrapassar e a fantasia, um terreno fértil a explorar. Nunca explicou como pretende pagar o que promete, ou quem arcará com as consequências — nem se os aveirenses querem, de facto, essas medidas. Mas que interessa isso agora? Afinal, quem precisa de um plano orçamental ou de uma análise custo-benefício quando se decide fazer antes de saber se há dinheiro, de onde virá, e o que ficará por fazer para concretizar o que se quer — e sobretudo mesmo sem saber se os aveirenses o desejam?
Talvez por isso — e também por isso — Alberto Souto, no seu tempo à frente da Câmara Municipal de Aveiro, a tenha deixado tecnicamente falida. Há quem defenda que isso se deveu à escassez de fundos comunitários que hoje abundam. Isso é uma falácia: se existiam menos apoios ao investimento, o investimento teria de ser feito com o orçamento possível e disponível. Isso é gestão — algo que Alberto Souto claramente não soube fazer e, pelas promessas infindáveis que agora apresenta, parece não ter aprendido.
A única coisa que lhe parece importar são as suas ideias "luminosas" e um pouco de publicidade para dar aquele toque de glamour. Os aveirenses, preocupados com a sua vida quotidiana, com os seus empregos e com uma gestão objetiva da cidade, serão por certo, apenas um obstáculo aos seus sonhos.
De forma simples: por que razão lhe dar uma terceira oportunidade, quando perdeu imediatamente a segunda? — coisa rara.
É tempo de dar espaço a Luís Souto de Miranda, que, de forma sensata e inteligente, se apresenta com uma visão para a cidade que não depende de planos mirabolantes, mas de uma gestão realista e de um compromisso com as necessidades reais da população. Ele não anda por aí a construir castelos no ar, nem a fazer promessas que vão impactar negativamente as contas da Câmara Municipal e, por consequência, a vida dos aveirenses — anda a ouvir para fazer.
Luís sabe que, para melhorar Aveiro, é preciso trabalho árduo, paciência e, sobretudo, pragmatismo — qualidades que, claramente, parecem não abundar em Alberto.
Enquanto Alberto Souto de Miranda parece querer criar uma Aveiro que só existe no seu imaginário, Luís Souto de Miranda está focado no que pode ser feito — com todos, para todos — com os recursos que todos podem gerar. E, sinceramente, é exatamente isso que Aveiro precisa: um líder realista — não um visionário à la carte.