A Universidade de Aveiro (UA) acolheu, esta tarde, um 'encontro alargado' de instituições que trabalham no acolhimento a refugiados. Com a presença de Maria Fernanda Rollo, Secretária de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, o encontro decorreu no anfiteatro do Departamento de Ambiente e Ordenamento da UA.
Que podem fazer as instituições sociais da região de Aveiro para receber e apoiar os refugiados que diariamente têm chegado à Europa, em fuga da guerra Síria? Esta pergunta deu o mote à sessão organizada pela UA e pela Plataforma de Apoio aos Refugiados (PAR).
D. António Moiteiro, Bispo de Aveiro, num dos momentos da sua intervenção, referiu-se às "obras de misericórdia" e ao dever de acolhimento "dando pousada aos peregrinos refugiados". (com áudio)
O Bispo de Aveiro fala em humildade e curiosidade como condições para acolher refugiados. D. António Moiteiro explica que só com abertura é possível hospedar alguém que foge de ambientes de guerra (com áudio).
O Bispo de Aveiro falou ainda da intervenção de organismos da Igreja. “Represento, aqui, em nome da Igreja, todo o esforço que fazemos para também nós podermos ser parte integrante na ajuda aos nossos irmãos refugiados. O trabalho está centralizado na Cáritas mas há Paróquias e Conferências Vicentinas que já disponibilizaram espaços que são fruto desta nossa inserção na sociedade e também da nossa caridade cristã”.
O presidente das Câmara de Aveiro considera que a UE não resolve os problemas apenas com a injeção de dinheiro e a criação de campos de refugiados em países como a Turquia. Ribau Esteves acredita que este é um desafio de dimensão global. “Os 3 mil milhões são muito dinheiro mas vamos precisar de mais. Falta à nossa UE uma estratégia de cooperação económica para o desenvolvimento, cooperação política e cooperação militar ao nível da Nato e acho que estas matérias têm que se tratadas ao nível das Nações Unidas”.
A Universidade de Aveiro vai dar formação em língua portuguesa aos refugiados da guerra síria acolhidos na região de Aveiro. A ação de formação será gratuita e lecionada no âmbito do protocolo de adesão da academia de Aveiro à Plataforma de Apoio aos Refugiados (PAR). O Reitor Manuel Assunção vê na questão dos refugiados uma prioridade.
“Hoje a prioridade deve ser dar resposta à crise dos refugiados. É uma questão de humanidade, dignidade humana e justiça histórica. Se estamos a lutar contra o Estado Islâmico então porque não estamos disponíveis para receber as pessoas que fogem desses países?”
Rui Marques, da Plataforma de Apoio aos Refugiados, deixou como desafio a reflexão dos presentes para que se imaginassem no lugar dos refugiados.