A Universidade de Aveiro lamenta o falecimento de Vítor Gil, o primeiro reitor da academia. Faleceu, esta quarta, aos 79 anos. A cerimónia fúnebre terá lugar no dia 2 de junho, pelas 14h30, na Capela da Universidade de Coimbra, seguindo para o cemitério de Santana, na Figueira da Foz.
O corpo estará em câmara ardente na Capela da Universidade de Coimbra, a partir das 10h00, do dia 2 de junho.
“É uma perda totalmente inesperada que nos deixa a todos em choque.”, lamenta o Reitor da UA, Paulo Jorge Ferreira, em declarações ao site da Universidade.
Victor Gil foi reconhecido pelo seu trabalho de investigador, impulsionador da espectrometria de ressonância magnética nuclear em Portugal, quando foi convidado pelo então ministro da Educação, Veiga Simão, para liderar a Comissão Instaladora da Universidade de Aveiro (UA), depois de 1973.
Com a UA manteve sempre uma relação de proximidade. “O primeiro Reitor da UA acompanhava de perto o percurso da instituição que tinha contribuído para moldar. Estávamos habituados a revê-lo nas cerimónias públicas mais importantes da Universidade, em que costumava marcar presença. A influência da sua obra como reitor ainda hoje se sente. As decisões que tomou relativamente às primeiras áreas científicas e cursos, realizadas em função das características e necessidades da região de Aveiro, marcaram o percurso institucional. Viriam a ser retomadas e desenvolvidas pelos seus sucessores. Devemos muito ao Professor Doutor Victor Gil”, comentou ainda o atual Reitor.
Para o antigo Reitor e ex-ministro da Educação, Júlio Pedrosa, foi igualmente “um choque”. O primeiro artigo científico de Júlio Pedrosa, ainda na Universidade de Coimbra, foi assinado em coautoria com o pioneiro da ressonância magnética nuclear. O ex-ministro também fez parte do corpo docente inicial da UA.
Júlio Pedrosa sempre viu no primeiro Reitor da UA uma pessoa interessada pelas questões do Ensino Superior que tinha uma ideia de universidade que transpôs para a UA e era partilhada pelo corpo docente da altura. No essencial, afirma o ex-ministro da Educação, essa ideia foi acarinhada e desenvolvida pelas lideranças subsequentes, nomeadamente quanto a áreas científicas que então foram identificadas como inovadoras e necessárias à região. Essa ideia é ainda hoje a marca distintiva da UA.
Texto: UA e Terra Nova