A Ria de Aveiro faz parte da lista de áreas costeiras capazes de absorver carbono que vai merecer investimento num projeto lançado pela Fundação Gulbenkian e organizações ambientais.
O primeiro passo é a construção do mapa das zonas costeiras portuguesas capazes de absorver carbono, procurando encorajar investimentos na sua recuperação por empresas que queiram compensar as suas emissões poluentes.
"Carbono Azul" é a designação das emissões de dióxido de carbono absorvidas pelos sapais e pradarias marinhas que ficam depositadas como carbono nas lamas onde estas formas de vida crescem, morrem e se decompõem.
Até novembro deste ano, a Gulbenkian, a associação ANP/WWF e o Centro de Ciências Marinhas, da Universidade do Algarve, vão fazer um mapa das capacidades de absorção de carbono.
A partir de novembro e até fim de 2023, será a Fundação Calouste Gulbenkian a investir num projeto-piloto de conservação e recuperação de ecossistemas para compensar as 2.238 toneladas equivalentes de carbono que a sua atividade gerou no ano de 2021.
Depois, o objetivo será incentivar "a constituição de um mercado voluntário de carbono azul em Portugal", em que as empresas ou outras entidades dão contributo ao projeto.
Os investigadores avisam que esses ecossistemas têm vindo a perder terreno.
O tema tem estado na agenda e a Universidade de Aveiro já tinha apresentado dados, em 2021, sobre a eficácia da Ria de Aveiro neste tipo de abordagem.