A Associação de Produtores do Baixo Vouga e os produtores esperam um esforço de renovação da floresta com políticas debatidas e consensualizadas com quem trabalha no setor.
Mensagem deixada no programa “conversas” por um antigo presidente da associação e produtor florestal que vê na legislação sucessivas normas, algumas sem aplicação prática, e um amontado de deliberações que, em muitos casos, são imposições que afastam os donos dos terrenos.
António Guimarães disse, em entrevista que pode ser ouvida, esta tarde, às 19h, que o futuro da floresta só terá medidas eficazes com envolvimento de produtores no ordenamento da floresta (com áudio)
A mensagem do antigo presidente da Associação de Produtores do Baixo Vouga que incentiva o trabalho cooperativo de produtores e conjunto, com entidades públicas, como chave do sucesso.
Outro dos aspetos que merecem a intervenção da associação é o apelo à alteração do código penal com mão mais pesada para incendiários (com áudio)
Nas últimas horas também a Associação Nacional de Empresas Florestais, Agrícolas e do Ambiente revela ter reunido na passada segunda feira com dezenas de Empresários Florestais, preocupados com os “sucessivos Despachos e Comunicados de Alerta”, emitidos pelo Governo de Portugal, que os obriga a parar a sua atividade sempre que se verificam temperaturas excessivamente elevadas.
“Embora se compreenda que o risco de incêndio seja elevado, é opinião da ANEFA e dos seus associados de que existem trabalhos que se podem realizar nessas condições e como tal, uma proibição deste tipo conduz à privação de um direito fundamental de todos que é o direito ao trabalho. As empresas não conseguem estar paradas, já que o seu local de trabalho são os espaços florestais/rurais, e chegar ao final do mês e ter de liquidar os seus compromissos para com trabalhadores, fornecedores e o Estado”.
As empresas dizem que esses trabalhos contribuem para uma diminuição da biomassa existente no local, reduzindo dessa forma o risco de incêndio (como por ex. as operações de rechega e transporte) e permitem uma monitorização das áreas em questão, evitando assim qualquer tentativa criminosa de propagação de incêndios.
“Reconhecemos que existem trabalhos que não devem ser efetivamente realizados em determinadas alturas e sabemos que não é fácil monitorizar esta situação, tendo em atenção que a ocorrência destes fenómenos de natureza climática será cada vez mais frequente. Mas este aumento da frequência traz consigo também, tendo em conta o procedimento atual, um aumento da dificuldade das empresas em conseguirem suportar financeiramente essa situação”.
Empresas paradas são um risco para a economia e a ANEFA diz que é preciso ter isso em atenção.
“A continuação da publicação do estado de alerta, nestas condições, conduzirá certamente ao encerramento de centenas de empresas que não têm como continuar a suportar esta situação. A indiferença perante a realidade das empresas florestais neste processo é demasiado grave, sobretudo para um setor que representa 4% do PIB nacional. Este, e não os incêndios, é o estado que pode acabar com o setor florestal.”