A MUBi diz que sem intermodalidade não há Plano Ferroviário Nacional capaz de responder aos desafios das sociedades modernas.
O coletivo pela mobilidade participou na fase de consulta pública para defender a criação de sinergias com as estratégias de mobilidade sustentável em todas as escalas territoriais.
“Lamentavelmente, a proposta colocada em consulta pública ignora por completo a intermodalidade da ferrovia com a mobilidade activa. A intermodalidade da bicicleta, em particular, com o comboio constitui uma ferramenta fundamental para substituir viagens quotidianas em automóvel, reduzir emissões e melhorar a qualidade de vida nas cidades”, assume Rui Igreja, dirigente da MUBi.
A MUBi congratula-se que Portugal tenha plano para a infraestrutura ferroviária nacional e do material circulante mas lamenta a estratégia ignore a mobilidade activa.
Recomenda que o desenvolvimento do Plano Ferroviário Nacional promova a realização e implementação de Planos de Mobilidade Urbana Sustentável por todos os municípios com estações ferroviárias nos seus territórios, promovendo, por exemplo, a eliminação ou redução do estacionamento automóvel junto às estações ferroviárias em áreas urbanas densas, a acessibilidade em modos activos e transportes colectivos e a intermodalidade.
Pede informação específica e clara relativa à possibilidade de transportar a bicicleta em viagens, informação e sinalética, possibilidade de garantir reserva de lugar para bicicleta, acessibilidade no acesso às estações, capacidade de albergar bicicletas, existência de parques de estacionamento de bicicletas nos principais interfaces e estações de comboio e criação de sinergias de bilhética e protocolos com sistemas de bicicletas partilhadas para clientes que viajem sem bicicleta para destinos onde existam bicicletas partilhadas.
Rui Igreja, dirigente da MUBi, considera “necessário que seja fácil e seguro combinar o uso da bicicleta com o comboio, como acontece em outros países europeus”.
“A bicicleta aumenta significativamente a área de captação das estações, e esta é uma das principais soluções para reduzir a elevada dependência do uso quotidiano do automóvel em Portugal. Pela sua dimensão e como elemento estruturante para a mobilidade, o Plano Ferroviário Nacional não pode deixar de potenciar as sinergias com os outros modos sustentáveis”.