Investigadores da UA envolvidos em projeto que produziu um jogo educativo sobre alimentação saudável.
O “FlavourGame” é um jogo que pressupõe trabalho em conjunto para o concluírem com sucesso, ao longo do qual é transmitida informação sobre alimentação saudável associada a uma narrativa envolvendo a exploração de territórios de um mundo fantástico. Existem, ainda, momentos de prova de alimentos reais pelos jogadores.
Um jogo colaborativo híbrido, ou seja, digital e físico, resultado de um projeto coordenado por investigadores da unidade DigiMedia, com sede no Departamento de Comunicação e Arte (DeCA) da Universidade de Aveiro (UA), sensibiliza crianças entre os 10 e os 12 anos para a alimentação saudável.
No decurso do jogo, as crianças podem até degustar certos alimentos.
No projeto, para além de investigadores da UA, participam investigadores das universidades Católica Portuguesa e do Minho.
Cada jogador (máximo três jogadores) escolhe um personagem (uma arqueira, uma guerreira e um feiticeiro) com poderes diferentes para lidar com os desafios que vão sendo apresentados.
Os territórios são hexágonos que representam locais como uma Quinta, uma Mina, Caça e Pesca ou três cartas de combate com monstros que ameaçam esses territórios.
Durante o jogo, o jogador ganha diversas recompensas, mas também enfrenta contratempos que tem de saber gerir de forma colaborativa com os restantes jogadores.
Assim, os jogadores vão explorando diversos conceitos como energia, locais, monstros, despensa, mercado e provas reais.
A vertente de interação digital de “FlavourGame” está associada uma aplicação a instalar no tablet, a qual orienta cada jogada, funcionando como assistente que guia as tarefas do jogo com design e ilustração apelativos, explica Patrícia Oliveira, investigadora do DigiMedia.
“Esta combinação de componentes e estratégias digitais e físicas contribui para uma nova experiência que aumenta não só a imersão e interação do jogador, mas também um maior contacto com o conteúdo, a apresentação, a atmosfera e o controlo do jogo. Ao mesmo tempo, ao trazer alguns elementos do mundo digital para o físico é incentivada a interação face-a-face e colaboração entre os jogadores. Assim, o jogo passa a configurar um canal de comunicação e participação e não somente um veículo de transmissão de conhecimento sobre alimentação saudável, o que aumenta a retenção de informação sobre o tema”, assinala a investigadora.
Os alimentos reais são incluídos na dinâmica do jogo híbrido e os jogadores (crianças) são desafiados a provar os alimentos.
Através desses momentos, os jogadores ganham recursos para poderem avançar no jogo, bem como uma carta de curiosidades sobre o grupo alimentar a que o alimento que provou pertence.
Na seleção dos alimentos do jogo houve o cuidado de não selecionar alimentos que produzissem sumo ou sucos para que os tabuleiros de jogo e componentes não se danificassem.
A equipa de investigação da área da Nutrição (Universidade Católica do Porto) foi a responsável pelo estudo das opções sobre os alimentos a utilizar.
Dos legumes (hortícolas) foram selecionados: cenoura; couve roxa; pepino; tomate cherry. Na fruta, escolheram-se: maçã desidratada; coco desidratado; uva; framboesa. Das leguminosas (grãos e oleaginosas): tremoço; amendoim; soja em forma de cereal vaporizado e tostado; chips de grão de bico. Entre os cereais (cereais/tubérculos): chips de batata doce; bolacha de arroz; bolacha de milho; bolacha de linhaça.
O projeto, coordenado por Nelson Zagalo, professor do DeCA, mereceu destaque na newsletter do programa Compete 2020 e contou, no início, com apoio do Sistema de Apoio à Investigação Científica e Tecnológica (Projetos de IC&DT), envolvendo um investimento elegível de 236 mil euros o que resultou num incentivo FEDER de cerca de 201 mil euros. Terminará no final de junho deste ano.
Para além de Nelson Zagalo (DigiMedia – DeCA) e de Patrícia Oliveira, a equipa da UA incluiu ainda Mário Vairinhos (DigiMedia, também professor do DeCA), Pedro Cardoso e Leonardo Pereira (DigiMedia – DeCA).