O biólogo Jorge Paiva lamenta que a cimeira do clima tenha falhado objetivos mais ambiciosos e metas mais concretas mas diz que não está supreendido.
Convidado de um encontro no ciclo “Chá com histórias”, da Escola Básica 2,3 da Gafanha da Encarnação, o docente já aposentado, com carreira ligada à Biologia, Recursos Naturais e Meio Ambiente, afirma que é necessário avançar com programas de educação ambiental para poder escrutinar e condicionar a decisão do poder político.
E é a defesa de um trabalho de fundo que leva o docente a sugerir a aposta em programas de comunicação em horário nobre para tentar travar a degradação do planeta.
Deu exemplos do que em 50 anos se tem vindo a perder para além do risco crescente com a subida do nível do mar.
Aos 88 anos de idade e com motivação para continuar a participar em eventos de educação ambiental, Jorge Paiva afirma que as cimeiras terminam, invariavelmente, da mesma forma (com áudio)
O investigador fez carreira na Universidade de Coimbra e chegou a lecionar em Aveiro.
Figura reputada nos meios académicos e que a caminho dos 90 anos continua a colocar pés ao caminho sempre que é solicitado em escolas e outros fóruns.
Na Gafanha da Encarnação defendeu a defesa das causas ambientais sem fundamentalismos ou exibicionismos que vê em muitos atores globais (com áudio)
O cientista tinha na plateia o sobrinho, conhecido ativista de causas ambientais na praia da Barra.
Joca, do movimento "Não Lixes", confessou orgulho pela forma como o tio continua a trabalhar e falou da necessidade de mudança nos modelos de vida para proteger o planeta.
"Para ser feliz só preciso de estar na Barra", resumiu, deixando desafio aos alunos para que travem a vaga consumista e saibam apreciar e proteger os seus "habitats".