O Município de Albergaria-a-Velha e o Centro de Arqueologia de Arouca retomaram ontem as escavações arqueológicas em São Julião, na freguesia da Branca.
Até ao dia 19 de agosto, uma equipa de 23 voluntários, acompanhada por arqueólogos do Centro de Arqueologia de Arouca, vai estar a trabalhar em dois locais diferentes de um povoado da Idade do Bronze, com cerca de três mil anos.
Os primeiros trabalhos de prospeção e caracterização em São Julião foram efetuados nos anos 90 do século passado, tendo sido retomados em 2014. As atuais escavações visam alargar a sondagem do ano passado, para colocar à vista a estrutura que delimitava o povoado, bem como atestar a existência de um monumento funerário megalítico nas proximidades.
“A confirmação da existência de uma mamoa será muito interessante, porque não era costume enterrarem os mortos dentro dos limites do povoado”, explica Sara Almeida e Silva, arqueóloga e codiretora dos trabalhos do Centro de Arqueologia de Arouca.
Após a desmatação das duas áreas de escavação, os voluntários vão retirar a camada de vegetação e começar a “crivar” (peneirar) as terras em busca de materiais da época, como cerâmica ou objetos em pedra e sílex. Serão ainda abertas novas sondagens nos arredores com o objetivo de encontrar mais indícios do povoado e tentar definir a sua dimensão.
Para Delfim Bismarck, Vereador da Cultura e responsável pela área do Património, “esta campanha arqueológica vem reforçar a necessidade de salvaguardar aquele vasto espaço com sensibilidade arqueológica, evitando que outros projetos o venham a destruir no futuro”.
Com os trabalhos de escavação, aprofunda-se a informação sobre “o povoado conhecido mais antigo do concelho de Albergaria-a-Velha e sensibiliza-se também a população para a preservação do património arqueológico”, salienta o autarca.