A 1ª Conferência de Valor da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares realiza-se em Ílhavo e vai dar atenção ao “Hospital do Futuro”. Em debate as novas tendências e o futuro dos hospitais em termos de estrutura e serviços. Desenha-se uma tendência para hospitais “mais pequenos, mais especializados e mais flexíveis”.
A medicina preventiva irá tornar-se cada vez mais importante, com o desenvolvimento de diagnósticos baseados no genoma e tecnologias relacionadas e os problemas crónicos de saúde serão cada vez mais monitorizados de forma remota, através de aplicações móveis e sensores médicos.
As novas tecnologias vão permitir que os doentes passem menos tempo nos hospitais, libertando recursos. Estas são algumas das conclusões de um estudo do Centro de Investigação em Gestão de Inovação em Saúde, uma iniciativa conjunta da IESE Business School e da Accenture.
O estudo, realizado entre 2013 e 2015 por Jaume Ribera, Gabriel Antoja e Magda Rosenmöller da IESE Business School, juntamente com Pablo Borrás, diretor executivo da Accenture, contou também com a colaboração da Karolinska University, Suécia e do Hospital Clínic de Barcelona.
Os autores fazem uma revisão do modelo de prestação de cuidados de saúde e sugerem algumas mudanças, nomeadamente, a redução da dimensão dos hospitais, com adoção de serviços especializados; a partilha de recursos entre serviços; a partilha de conhecimentos clínicos em rede; a criação de gestores que coordenam os cuidados prestados ao doente em todo o sistema; a incorporação dos líderes clínicos na estrutura de gestão hospitalar e o desenvolvimento de novas carreiras que permitam a progressão.
Na visão de Alexandre Lourenço, Presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH), “este é um estudo bastante atual, no qual podemos encontrar paralelismos com o atual panorama nacional, em que discutimos a evolução do hospital no contexto mais alargado do sistema de saúde. A gestão hospitalar faz-se pela adoção de modelos inovadores de prestação de cuidados, muitos deles através de parcerias com os vários atores da comunidade, sempre no melhor interesse do cidadão. Para, alavancar as mudanças necessárias importa garantir uma gestão preparada e profissional”.
Ainda segundo o estudo “Hospital do Futuro”, as pressões dos estados europeus em reduzir custos e manter resultados, o aumento da carga de trabalho e estagnação de salários dos profissionais de saúde e a exigência dos doentes que esperam ser tratados como clientes, colocam em causa uma prestação eficaz dos serviços de saúde e exigem uma mudança e revisão de como os cuidados de saúde são prestados.
Por fim, Alexandre Lourenço adianta que cabe aos a todos os atores da área da saúde implementar mudanças que levem a uma prestação de cuidados de saúde mais eficiente e adequada às necessidades da população. As Conferências de Valor são o local de excelência para análise e reflexão do atual panorama para chegarmos às soluções do futuro.”
Este será um dos temas abordados na primeira conferência de valor, organizada pela Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH), sob o tema “Modelos de Negócio e Contratação: Oportunidades e Desafios” esta sexta e sábado em Ílhavo.