A Cáritas assinala os 35 anos do Centro de Acolhimento Infantil com o lançamento do projeto de novas instalações em terreno cedido pela Câmara de Aveiro.
Momento celebra os 35 anos do CA e antecipa os 50 anos da Cáritas Diocesana em 2026.
A organização da Diocese trabalha valências de creche, pré-escolar e casa de acolhimento infantil.
Num discurso sobre a história e a evolução das respostas sociais, o responsável pela Cáritas, António Leandro, falou de uma estrutura com cerca de 60 colaboradores com ação na Diocese de Aveiro, com ação no apoio a crianças e jovens em risco, pessoas em situação de sem-abrigo, vítimas de violência doméstica, famílias e indivíduos em situação de fragilidade ou exclusão social.
Nos últimos anos também com iniciativas de elevado impacto social, como o apoio à saúde mental em contexto laboral.
O destaque da cerimónia foi para os 35 anos do Centro de Acolhimento Infantil criado em maio de 1990, fruto da cooperação entre a Cáritas Diocesana, a Câmara de Aveiro e a Segurança Social.
Desde a origem, o CAI desenvolve respostas integradas de Creche, Pré-escolar e Casa de Acolhimento Residencial.
“No CAR foram já acolhidas 400 crianças que chegaram com rostos fechados, carregando medos e histórias duras, mas que aqui encontraram afetos, rotina e a alegria de brincar, aprender e sonhar”, relembra António Leandro que distinguiu a presença de Maria José Falcão, figura que há 35 anos presidia a Cáritas Diocesana de Aveiro e foi determinante para o lançamento do projeto.
O dia fica marcado por memórias e pela abertura de porta para o futuro com a assinatura do contrato para o projeto do novo edifício do CAI, destinado às respostas sociais de creche e pré-escolar.
“Ao longo das últimas décadas, foram várias as tentativas para desenvolver novas instalações para o CAI. Todos sabemos (e vemos) bem que o edifício atual, apesar de ter acolhido tantas histórias e afetos ao longo dos seus 35 anos, já não reúne as condições de conforto e funcionalidade que hoje se exigem a uma instituição desta natureza”, sublinha António Leandro.
Depois de várias tentativas acredita que há condições para fazer vingar este projeto.
“Muitos foram já os projetos sonhados, alguns esboçados, mas, todos interrompidos por falta de meios. E é por isso que este momento é tão simbólico: estamos a dar um passo concreto rumo a esse objetivo, com o lançamento do projeto para o novo edifício do CAI”.
O gestor agradeceu o empenho da Segurança Social e da Câmara de Aveiro “ao demonstrar um compromisso firme com esta causa”, pela viabilização de recursos financeiros para o projeto e pela cedência de terreno, localizado em Santa Joana nas imediações das atuais instalações.
António Leandro anuncia que o edifício atual será totalmente dedicado à Casa de Acolhimento Residencial (CAR).
“No futuro, com dois edifícios — um dedicado à infância, outro ao acolhimento — teremos espaços verdadeiramente dignos das nossas crianças. Aguarda-nos o desafio de reunir os recursos necessários para a construção e reabilitação destes edifícios. Mas temos confiança de que, tal como hoje, a generosidade e o apoio da comunidade estarão ao nosso lado para tornar este sonho realidade e esperamos que não demorem muitos anos até estas intervenções serem uma realidade”.
O gestor admitiu ainda a dificuldade enfrentada com “défices expressivos e persistentes em todos os anos da última década”.
“É um esforço muito pesado, que temos suportado em nome da comunidade que servimos. E, apesar das dificuldades, temos sido agraciados com o apoio solidário de muitos — pessoas, empresas, parceiros — que partilham connosco esta responsabilidade. Mas precisamos de mais. Precisamos de garantir que este trabalho essencial pode continuar com dignidade e sustentabilidade”.
Bispo de Aveiro, autarcas, representantes de Comissões de Proteção de Crianças e Jovens, autoridades judiciárias e representantes da sociedade civil marcaram presença no evento.