O Movimento Juntos pelo Rossio contesta o abate do que restava do parque arbóreo do Rossio.
A preparação para o arranque da obra dá agora sinais de um avanço mais intenso com a vedação do perímetro.
Os primeiros dias do mês de janeiro deste ano ficam marcados pelo abate da maioria das árvores que compunham o património do antigo Jardim do Rossio.
Esta ação já mereceu o reparo do movimento Juntos pelo Rossio que lembra existirem em marcha ações pendentes em tribunal.
Referência a uma ação principal no Tribunal Administrativo do Porto (onde se discutem questões como a violação do Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território (PNPOT), violação do Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano (PEDU) a inexistência de avaliação e estudo de impacte ambiental, o risco para o património edificado, entre outros fundamentos) e um recurso da providência cautelar no Tribunal Central Administrativo do Norte, visando a suspensão da obra.
“Neste sentido, abater estas árvores, algumas delas centenárias, sem aguardar pela decisão judicial do recurso da providência cautelar constitui um repudiável ato de má-fé perpetrado pela CMA e que, lamentavelmente, se traduz na produção de danos, agora, irreparáveis”.
O movimento “Juntos pelo Rossio” afirma tratar-se de uma “demonstração de poder pela qual Ribau Esteves ansiava”, marcando decisivamente “o presente e o futuro daquele espaço público”.
“O Movimento Juntos pelo Rossio condena veementemente todos estes atos, próprios de uma governação retrógrada e atentatória do património da cidade que sempre desvalorizou o carácter ambiental e identitário daquele espaço urbano, como é aliás evidente no projeto aprovado”.
Desde o início, o movimento Juntos pelo Rossio contestou o projeto por considerar que vai contra a “necessidade global de descarbonização”.
“É neste contexto que surge a construção deste parque de estacionamento, como penso rápido para uma doença crónica. Pior, a necessidade de lugares nem sequer é devidamente comprovada pois não chegou a existir nenhum estudo produzido pela CMA, que seja de conhecimento público, que demonstre a necessidade real de oferta de estacionamento tendo em conta os atuais parques existentes muito próximos daquela zona e que não chegam à sua total utilização”.
Apesar da “batalha” perdida o movimento declara que vai manter a sua ação.
“Infelizmente, os processos judiciais não se decidem à velocidade que desejaríamos, e que este espaço seguramente merecia, no entanto, o Movimento Juntos pelo Rossio mantém atualmente toda a sua dinâmica de trabalho e acompanhará todas as decisões e intervenções respeitantes àquele espaço na lógica do que se propôs desde o início da sua formação”.