António M. Feijó e Miguel Tamen, autores de um livro sobre o futuro da universidade, abordam o tema numa conversa com a Plataforma Cidades e prometem aprofundar esta questão no encontro agendado para 24 de setembro em Aveiro.
Um retrato das universidades e uma visão ambiciosa para o futuro da academia com uma visão transformadora capaz de criar condições para uma presença em lugares cimeiros dos rankings.
As ideias são disruptivas.
“As universidades públicas deveriam poder contratar individualmente o seu financiamento com a tutela; deveriam poder suplementar esse financiamento como entendessem. Deveriam poder escolher os seus alunos, e estes deveriam poder candidatar-se às universidades e aos cursos que entendessem. Deveriam poder organizar-se como achassem melhor, contratar os professores que achassem adequados, e pagar-lhes o que achassem que mereciam. Deveriam finalmente poder ser responsabilizadas pelas suas escolhas e pelos seus erros”, defendem os autores em conversa com a Plataforma Cidades.
Ao contrato dos que advogam novos enquadramentos legais ou tutelas, os autores do livro defendem soluções “simplificadoras”.
“Melhorar uma universidade é um processo que demora tempo e requer paciência. As universidades públicas portuguesas não precisam de mais leis ou de mais organismos de tutela e regulação: mas simplesmente que certas leis sejam revogadas e que certos organismos desapareçam”.
O livro defende que não há necessidade de o Estado fixar as vagas dos cursos e das universidades; que não tem que autorizar cursos ou propor a sua extinção; que não deve haver uma carreira docente universitária uniforme e que não deve haver um regulamento comum ao governo de todas as instituições de ensino superior.
Defende o fim da Agência de Acreditação e Avaliação do Ensino Superior; da Fundação para Ciência e Tecnologia e do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas.
Uma visão transformadora que estará em destaque no próximo dia 24 numa reflexão global sobre o futuro das universidades.