A aldeia Cadaveira, da freguesia de Valongo do Vouga, está equipada com sistemas de auto-defesa das populações em caso de incêndio.
Este foi o espaço escolhido para a apresentação do projeto “Aldeia Segura” em cerimónia que contou com a presença de Secretária de Estado da Proteção Civil, Patrícia Gaspar.
A sessão de apresentação iniciou com um simulacro que colocou à prova o Oficial de Segurança Local, e as populações, e o seu treinamento para agilizar os meios necessários em caso de avistamento de um incêndio.
Percorreu o lugar com o seu megafone com um sinal sonoro, avisando do perigo; entrou em contacto com as autoridades e reuniu a população no bloco central da aldeia para as conduzir, em segurança, para o lugar de refúgio, uma habitação previamente definida na aldeia para acolher toda a população.
De seguida, sob a orientação das autoridades, foi até ao fumo avistado e depois de extinguido o foco de incêndio, foi autorizado o regresso dos habitantes às suas casas. Teste positivamente superado.
“Todos ficamos com uma noção do que isto pode representar perante os incêndios assustadores que podem passar por aqui”, disse Jorge Almeida, Presidente da Câmara de Águeda, lembrando o histórico que a Cadaveira tem neste tipo de ocorrências, pela sua localização e características.
A apresentação do projeto aconteceu no largo onde estava a Capela de Santo Amaro, destruída num incêndio de 1972, em que a aldeia foi fortemente fustigada e do qual se lamenta uma morte.
Um ato simbólico de respeito e de validação da importância deste projeto que ajuda as populações mais isoladas, distantes dos centros urbanos e rodeadas de floresta a protegerem-se contra fogos rurais.
O Edil recordou que esta não é a primeira Aldeia Segura do concelho de Águeda.
Segue-se a Alcafaz num projeto que foi implementado numa relação muito estreita entre as populações, as autarquias, a Autoridade Nacional de Proteção Civil e os bombeiros.
A Secretária de Estado da Proteção Civil, Patrícia Gaspar, lembrou que este projeto tem uma grande dimensão de cidadania e que os 2.233 aglomerados do país que já aderiram à iniciativa são “um número muito expressivo, que só foi possível graças aos portugueses, que acreditaram no projeto, às câmaras e juntas de freguesias que aderiram e à Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil que têm feito um trabalho incansável para que a implementação destes projetos seja uma realidade”.
Uma proteção que Filipe Falcão, presidente da Junta de Freguesia de Valongo do Vouga, pretende estender a outras localidades da freguesia.
“Temos uma componente geográfica nesta freguesia que merece preocupação”, disse, acrescentando que este projeto insere-se na “estratégia de relação de proximidade com as pessoas”. Valongo do Vouga tem atualmente, na Unidade Local de Proteção Civil (ULPC), duas viaturas pesadas e uma ligeira de primeiro combate a incêndios, uma das quais foi “inaugurada” no sábado. Uma viatura que foi adquirida com o apoio da Câmara Municipal e que “torna a ULPC mais capaz”.
Estes projetos, como o da “Aldeia Segura, Pessoas Seguras”, são determinantes para que “as pessoas se sintam mais seguras e protejam melhor o seu património”, disse António Ribeiro, comandante regional da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil.
“Se não conseguimos mudar a floresta, temos que mudar a maneira de preservar a segurança da vida, do património e da floresta, para que não esqueçamos ninguém e ninguém fique para trás”, salientou.