Um homem de 80 anos acusado de ter matado a mulher com dois tiros de caçadeira numa rua em Esmoriz negou, esta segunda-feira, no tribunal de Aveiro, ter disparado contra a companheira, alegando que se tratou de um acidente. Nunca apontei a arma para ela. "Isso é mentira”, afirmou o arguido citado pela Agência Lusa.
O crime ocorreu no dia 31 de julho de 2020, quando, alegadamente, o arguido matou a mulher, de 58 anos, com dois tiros de caçadeira à queima-roupa, junto ao local de trabalho da vítima.
Confrontado com a acusação, o arguido explicou que tinha ido ao encontro da mulher, levando a sua caçadeira dentro de um saco, para lhe perguntar “porque é que a arma estava carregada, debaixo da roupa de inverno, e por que motivo tinham cortado os canos”.
O octogenário contou que, ao vê-lo, a mulher terá questionado a sua presença naquele local e puxou para si o saco, que continha a arma, tendo sido nesse momento que “houve a explosão”.
O segundo tiro, adiantou, terá acontecido quando, num momento de aflição, se tentou livrar do saco: “Não sei se fui eu que bati no gatilho ou se foi a gola do saco que ficou presa no gatilho”.
O homem negou ainda outros episódios de agressão descritos na acusação e que terão ocorrido cerca de um mês antes, quando na sequência de uma discussão agarrou na mulher, atirando-a pelas escadas da residência.
"Eu nunca fiz mal à minha mulher, nunca me zanguei com ela”, afirmou.
Disse ainda que nunca mostrou descontentamento pelo facto de a esposa ter começado a trabalhar, ao contrário do que diz a acusação, e garantiu que nunca lhe deu motivos para ela ter pedido o divórcio e sair de casa.
Fonte: Lusa
Foto: CM