O homem suspeito de ter violado e matado uma freira em São João da Madeira em setembro de 2019 remeteu-se hoje ao silêncio na primeira sessão do julgamento, que começou no Tribunal da Feira, informou fonte judicial.
O coletivo de juízes determinou que o julgamento se realizasse à porta fechada, com exclusão de publicidade, por estarem em causa crimes contra a liberdade e autodeterminação sexual.
O homem, de 44 anos, está acusado dos crimes de homicídio qualificado, violação, profanação de cadáver e detenção de arma proibida.
O arguido, que se encontra em prisão preventiva, responde ainda no mesmo processo pelos crimes de rapto, roubo e violação na forma tentada de que foi vítima uma jovem em agosto de 2018, no mesmo concelho.
De acordo com a acusação do Ministério Público (MP), o arguido encontrou a freira ao início da manhã do dia 08 de setembro de 2019, em São João da Madeira, no distrito de Aveiro, tendo-a convencido a dar-lhe boleia até casa de automóvel, a pretexto de que se encontrava alcoolizado.
"Já em casa, impediu a vítima de abandonar o local agarrando-a pelo pescoço com um dos braços e socando-a na face e cabeça quando a mesma procurou resistir-lhe", refere a acusação.
De seguida, com a vítima inconsciente, o arguido terá despido a freira, mantendo com ela relações sexuais durante cerca de três horas, vindo a vítima, que se manteve sempre inanimada, a morrer.
O MP refere ainda que parte do referido trato sexual foi mantido pelo arguido quando a vítima se encontrava já morta.
O segundo caso ocorreu no dia 14 de agosto de 2019, pela 01:30, em São João da Madeira, quando o arguido perseguiu uma mulher que seguia apeada em direção a casa, depois de sair do trabalho.
A dado passo, o suspeito correu na direção da vítima e agarrou-a por trás, com um braço à volta do pescoço, forçando-a a entregar-lhe o telemóvel e arrastou-a na direção de um parque, com o intuito de a forçar a manter relacionamento sexual.
"O arguido, porém, não logrou estes intentos por ter surgido um veículo automóvel e os ocupantes, estranhando o que sucedia, interpelarem o arguido, aproveitando a vítima, momentaneamente liberta da ação daquele, para gritar por socorro", refere a acusação do MP.
Fonte: Lusa