A bancada do Partido Socialista não pode deixar passar em silêncio as declarações infundadas e ofensivas do Sr. Presidente da Junta, proferidas na Assembleia Municipal de junho de 2025.
Ao afirmar que o PS não se envolveu ao longo dos quatro anos de mandato, o Sr. Presidente não só deturpa a verdade como procura, de forma deliberada, descredibilizar a nossa intervenção política e desrespeitar os cidadãos que representamos.
Trata-se de uma acusação grave, que não corresponde à realidade.
Ao longo deste mandato, estivemos presentes nas atividades para as quais fomos convidados, e participámos ativamente em todas as Assembleias de Freguesia, apresentando propostas, críticas e contributos reconhecidos publicamente em várias ocasiões pelo próprio Executivo. Dizer o contrário é faltar à verdade.
Mais grave ainda é que, em diversos momentos, o próprio Executivo excluiu de forma consciente e discriminatória os representantes do Partido Socialista.
Nos últimos dois anos não fomos convidados para a grande maioria das atividades desta Junta, apesar de outros elementos desta Assembleia terem sido incluídos.
Esta prática revela uma visão sectária e pouco democrática do exercício do poder local, que contraria os princípios da transparência, da igualdade e do respeito institucional.
É igualmente importante recordar que, enquanto membros eleitos em representação do Partido Socialista, assistem-nos os direitos consagrados na lei relativos ao Direito de Oposição.
Este direito é um pilar da democracia local, que garante às forças políticas não representadas no Executivo a possibilidade de acompanhar, fiscalizar e participar ativamente na vida autárquica.
Não é um favor, não é uma concessão: é um dever democrático que impõe ao Executivo respeito, informação, envolvimento e condições para o exercício pleno da nossa função.
Ao tentar negar ou minimizar este direito, o Sr. Presidente desvaloriza a própria democracia e fragiliza a credibilidade das instituições locais.
Importa ainda recordar que, durante estes quatro anos, sempre manifestámos nesta Assembleia o nosso desagrado por não sermos convidados para determinadas atividades da Freguesia., como consta nas diferentes Atas.
Perante estas interpelações, a resposta recorrente do Sr. Presidente foi que “as atividades estão no Facebook” e que “o importante é a presença dos fregueses”, acrescentando por diversas vezes que os membros desta Assembleia “não têm de ter tratamento diferenciado”.
Ora, não se trata de privilégios: trata-se de respeito. Nós, enquanto autarcas democraticamente eleitos, temos o direito e o dever de estar envolvidos na vida da freguesia, e temos de ser tratados com a dignidade que a função autárquica merece.
O Partido Socialista rejeita categoricamente esta tentativa de manipulação política e de ataque gratuito à nossa bancada.
Reafirmamos a nossa dedicação à freguesia e à população que servimos, e não aceitaremos que a mentira se torne instrumento político.
O respeito pela democracia local exige seriedade, verdade e diálogo: valores que, ao contrário do que se insinuou, sempre nortearam a nossa atuação.
Esta declaração fará parte integrante da Ata desta assembleia.
Ílhavo, 24 de setembro de 2025
Os membros do Partido Socialista na Assembleia de Freguesia de São Salvador