No calendário das escolas há dias que se transformam em verdadeiros portais mágicos para o verdadeiro sentir da infância e para a essência do coração humano: momentos de afeto, aconchego, empatia e cidadania. O Dia Nacional do Pijama é, sem dúvida, um desses dias!
No passado dia 20 de novembro, viveu-se no Instituto Duarte de Lemos um verdadeiro manifesto pela infância onde a criança tem o direito de se sentir segura, amada e cuidada.
Adultos e crianças vestiram o pijama e celebraram o Dia da Convenção Internacional dos Direitos da Criança dando alma e voz à causa dos direitos da criança.
Esta foi uma edição especial, a convite da Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção das Crianças e Jovens e da CPCJ de Águeda, tendo-se assinalado o 36º aniversário da Convenção sobre os Direitos da Criança.
O programa do dia abrangeu os diferentes ciclos de ensino e teve como objetivos gerais a sensibilização das famílias e dos estudantes para os Direitos das Crianças, o reforço do sentido de união e pertença na escola, promoção de competências socioemocionais e valores de inclusão, empatia e solidariedade entre o grupo-turma e a comunidade educativa.
No Pré-escolar, as três salas construíram um pijama feito de retalhos ilustrados pelas crianças em conjunto com as suas famílias com desenhos figurativos dos direitos da criança. Ainda inspirados pela arte e pelo quadro de Salvador Dali, “A persistência da memória”, as crianças fizeram uma pintura coletiva, personalizando a obra original através da sua criatividade e imaginação.
No 1º ciclo, as crianças exploraram a história a “Menina de Cristal” através de uma leitura aconchegante em rodinha, semeando a tranquilidade e a certeza de que o lugar de aprendizagem também pode (e deve) ser um lugar seguro, de calma e de conforto.
Com a colaboração do Gabinete de Psicologia Escolar foram também desenvolvidas várias ações direcionadas para as diferentes faixas etárias com um propósito especial inspirado na história desta edição do Dia Nacional do Pijama e nos Direitos da Criança.
O pré-escolar ganhou um novo objeto na sala, promotor de afeto e empatia, a Cadeira do Abraço, uma cadeira especial onde quem se senta mostra que quer ou precisa de um abraço. As outras crianças podem então oferecer um abraço, respeitando sempre a vontade de cada um ou a própria criança pode-se “autoabraçar” com a ajuda da cadeira de abraços.
“Autoabraçar-se” é um ato de autorregulação e autocuidado que vai além do físico. É um lembrete de que, mesmo nos momentos difíceis e mesmo que não tenhamos ninguém connosco, podemos aconchegar-nos e dizer a nós mesmos: “Eu estou aqui e vai ficar tudo bem.”
Ao 1º ciclo proporcionaram-se Encontros de Coração, uma experiência lúdica e afetiva que promoveu competências sociais, demonstrações de carinho e fomentar o espírito de grupo entre as crianças.
Cada estudante recebeu um autocolante em forma de coração-abraço de uma entre dez cores disponíveis e ao som da música-canção do Dia Nacional do Pijama, as crianças procuraram colegas com a mesma cor e, ao encontrarem-se, trocavam um abraço.
Um momento simples e carinhoso que reforça os laços entre as crianças e promove a partilha, a amizade e o bem-estar do grupo.
Também em conjunto com os professores de Cidadania e Desenvolvimento, algumas turmas do 2º e 3º ciclos construíram um Estendal dos Direitos da Criança inspiradas numa edição especial dos Direitos da Criança Inclusiva publicada pela Comissão Nacional.
Os estudantes decoraram e ilustraram peças de roupa velhas e inutilizadas com um artigo desta edição dos Direitos da Criança Inclusiva. As peças de roupa foram expostas num estendal que se inicia no espaço exterior junto à entrada principal do Colégio e percorre dois corredores principais, criando uma exposição colorida e significativa, contribuindo, assim, o IDL para campanha de comemoração do 36.º Aniversário da Convenção sobre os Direitos da Criança.
Também os educadores foram surpreendidos com uma mensagem de valorização e um coração-abraço arco-íris, porque educadores de coração carregam no peito um coração inclusivo que escuta, abraça e acolhe todas as cores da infância.
Entre reflexões, gargalhadas, abraços e diversão demos voz à infância livre, segura e feliz (neste dia mais do que nunca!) numa Escola de Abraços.