Alberto Souto admite vir a processar Ribau Esteves pelas declarações a propósito do legado socialista de Souto na Câmara de Aveiro.
O antigo autarca diz que entregou ao advogado o teor das declarações em que o autarca atual falou sobre a herança do passado e em que se referiu a um quadro de uma autarquia que alimentava a corrupção.
Não sendo a primeira vez que o tema era atirado para a esfera pública, Souto diz que Ribau está a seguir um discurso que não pode tolerar.
Não vê fundamento para tais declarações que classifica como “aleivosia e difamação”.
A questão das obras e a questão financeira voltou a merecer resposta com o antigo autarca a defender o legado mas foi a questões da corrupção a fazer estalar o verniz.
“Sobre a corrupção essa afirmação é absolutamente intolerável, totalmente caluniosa e destituída de qualquer fundamento.
Na verdade, fomos um executivo impoluto e empenhado em moralizar o serviço público e combater a corrupção. Não fomos agentes dela, não fomos coniventes, não fechamos os olhos. Instaurámos processos disciplinares; alterámos regras; reestruturámos serviços”.
Defende que é um discurso que “conspurca a honorabilidade de todos os funcionários e políticos, porque não acusa ninguém em concreto”.
E diz o que era um discurso referente aos mandatos de Élio Maia passou a ir mais longe.
“De mim e dos meus executivos conhecem-se actos concretos e consequentes contra a corrupção e contra as práticas pouco edificantes que então grassavam. Ribau Esteves opta, a despropósito, por deixar um labéu ominioso sobre todos. Ao não individualizar ninguém, nem nada, a todos difama e sobre todos lança suspeição. Mas a política não deve desculpar tudo. A política não pode ser alibi para o crime de calúnias abstractas. Todos os funcionários da Câmara e todos os políticos de então se sentiram ofendidos com essas afirmações. E são todos eles minhas testemunhas: do meu empenho activo na moralização dos serviços, da minha seriedade e da de todos os meus colegas vereadores nos executivos municipais”.
Um discurso de resposta que levanta véu sobre práticas do passado que Souto diz ter combatido.
“Combati-a quando ainda não estava na moda fazê-lo. Demos o exemplo. Procedemos a investigações internas quando havia suspeitas sobre funcionários. Afastámos alguns. Demolimos prédios ´desalinhados`, não autorizamos áreas de construção a mais, resistimos a alterações de Planos para acrescentar andares em proveito de investidores específicos. Sim, fizemos tudo isso”.
O antigo autarca pede a Ribau uma retratação e entrega as palavras ao cuidado do advogado.