A "tão anunciada falta de mão-de-obra" no sector da hotelaria e restauração, "ao contrário das razões apontadas pelo patronato, é, antes de mais, consequência dos baixos salários e do brutal agravamento das condições de trabalho e de vida dos trabalhadores deste sector", diz o Sindicato do sector.
Este "é um sector que tem vindo a atingir resultados recordes sucessivos ao mesmo tempo que o trabalho é cada vez mais precário, horários cada vez mais longos e desregulados, ritmos de trabalho cada vez mais penosos e os direitos cada vez mais postos em causa. Este é cada vez mais um sector de passagem, onde se trabalha com a perspectiva de encontrar algo melhor noutro sector ou noutro país", é referido.
É um sector "onde se verifica uma grande rotação de trabalhadores no mesmo posto de trabalho porque se recorre cada vez mais a trabalhadores temporários, aos estágios e à prestação de serviços, prejudicando, com isso, a qualidade do serviço, embora os preços cobrados aos clientes continuem a aumentar".
Para uma inversão desta situação "é necessário valorizar os salários, garantir vínculos de trabalho estáveis, horários que permitam a conciliação da actividade profissional com a vida pessoal e familiar, repor as carteiras profissionais para melhorar a qualificação dos trabalhadores e permitir a progressão na carreira, valorizar a contratação colectiva, entre outros factores", adiantam, sublinhando que "para um turismo de qualidade é indispensável valorizar os trabalhadores, repartir com eles a riqueza criada e proporcionar-lhes melhores condições de vida".
Declarações na sequência de acções desenvolvidas hoje em Espinho e Aveiro, junto de trabalhadores do sector.