Às queixas sobre a gestão que as empresas locais fazem do caudal de água no Vouga, na zona de Cacia, a Câmara de Aveiro espera que seja o sistema de defesa primário do Baixo-Vouga a garantir a proteção do terrenos agrícolas mas apela ao entendimento entre Navigator e EDP.
O alagamento de terrenos esteve em debate na Assembleia Municipal de Aveiro. Os terrenos sofreram alagamento em tempo de seca com prejuízos para as pastagens. Jaime Vinagre, deputado municipal do PS, fala em responsabilidades da Navigator uma vez que usa águas do Rio Vouga para a operação da empresa.
"Deixa os agricultores na penúria uma vez que coloca em causa a alimentação para o gado no inverno. Não é possível cortar pastagens devido à inundação dos campos. A Portucel (Navigator) não pode continuar a causar este prejuízo”, disse o antigo candidato à Junta num apelo dirigido à Câmara de Aveiro.
Ribau Esteves assume ter conhecimento das questões levantadas e admite que Navigator e EDP (barragem de Ribeiradio) têm responsabilidades nessa gestão de caudais. Espera que as duas empresas sejam capazes de concertar calendários para acertar operações.
“O que se passa cá que exige o fecho do rio para o proteger das águas salgadas e a quantidade necessária a aumentar a captação para refrigeração da fábrica de pasta de papel tem de ser concertado com o caudal lançado pela dupla barragem de Ribeiradio e Ermida que chega aqui duas horas depois de lançado".
O autarca espera pelo entendimento voluntário das duas empresas mas vai avisando para a entrada em cena da Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro na definição de regras logo que seja assumida a gestão integrada do Baixo Vouga Lagunar.
Os projetos de qualificação do Baixo-Vouga (ponte açude e projeto de defesa primário) prometem trazer novas condições na proteção de terrenos. O autarca de Aveiro acredita que será uma mais-valia nessa gestão (com áudio).