Credores com dívidas até 50 mil euros, Instituições Particulares de Solidariedade Social, Associações sem fins lucrativos e Juntas de Freguesia estão na primeira linha do Programa de Assistência Financeira do município de Aveiro. Segundo informou o Presidente da Câmara, Ribau Esteves, que falava na reunião pública, esta terça-feira, o conjunto de pagamentos prioritários aos cerca de 1200 credores, será feito durante o primeiro ano de vigência do Plano de Ajustamento Municipal (PAM) que se espera vir a contar com um apoio de 89,5 milhões de euros pedidos no âmbito do Fundo de Apoio Municipal (FAM), a que a autarquia foi obrigada a recorrer para proceder ao reequilíbrio financeiro. "As outras dívidas maiores, terão planos de pagamento a três anos", adiantou o edil, o que coincidirá com o prazo durante o qual o FAM irá proceder ao desembolso de verbas.
"Nós pomos tudo em cima da mesa, com transparência nos processos. Estas medidas são um marco importante de inicio de vida, de renascimento", referiu o autarca. "Vamos reequilibrar a Câmara, seremos correctos nos procedimentos, sustentáveis financeiramente. Não teremos mais má gestão, de processos e financeira. Iniciamos uma vida nova em Aveiro", disse.
João Sousa, Vereador do PS, disse que "a única coisa que no estudo é apresentada é a revisão do PDM, o investimento no turismo, marketing territorial, investimentos estratégicos regionais, empregabilidade e coesão social e a cooperação com parceiros estratégicos para o desenvolvimento. Seis pontos importantes expostos em nove páginas, apenas. O documento está fragilizado. Podia estar muito melhor se estas componentes estivessem mais detalhadas. Isto pode ou não permitir a sustentabilidade do Plano", disse.
Élio Maia do Movimento Juntos por Aveiro, ex-líder autárquico, "não querendo falar do passado", vincou que "há afirmações que me tocaram, e mexeram comigo", lamentou. "Falam em coisas em gavetas, até parece que se esconderam intencionalmente coisas". Em relação à situação financeira do município "em finais de 2013 foi tudo apresentado, por nós, de forma muito clara, pessoalmente, por escrito e em debates públicos. Afirmei que 'quem vier para a Câmara tem lá 150 milhões para serem pagos', isto foi dito antes das eleições", recordou. "Para ver se há surpresas temos de somar o conjunto da dívida e tudo o que ultrapasse os 150 serão surpresas. Tudo o que fique abaixo desse valor não serão surpresas", disse Élio Maia.
O Executivo Municipal aveirense aprovou ontem, por maioria, na reunião de Câmara, o Plano de Ajustamento Municipal com a abstenção do PS e o voto contra de Élio Maia do Movimento Juntos por Aveiro.