PSD: Paulo Cavaleiro propõe classificação da Ponte Velha do Vouga e estabilização até à requalificação.

O deputado do PSD Paulo Cavaleiro quer ver classificada a Ponte Velha do Vouga, levando o assunto à discussão do Orçamento do Estado para 2025, ao recordar que o financiamento para a reabilitação depende da prévia classificação, pelo que se impõem passos nesse sentido. A secretária de Estado da Cultura assegurou, na ocasião, que o governo pondera a abertura do processo de classificação e o desenvolvimento de parcerias com as universidades para a execução de um plano de ação tendo em vista a recuperação e valorização do imóvel.

“'A ponte' corre o risco de novas derrocadas se a estrutura não for estabilizada. É urgente promover a classificação e estabilizar as estruturas existentes sobre o leito do rio” – defendeu Paulo Cavaleiro na Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública, reclamando intervenção na também conhecida como Ponte de Vouga, que une as margens do rio com o mesmo nome entre as freguesias de Lamas do Vouga e Macinhata do Vouga, do concelho de Águeda.

O deputado aveirense recordou que a construção é uma das principais obras de engenharia de pontes desde o início da nossa nacionalidade, sendo parte da Estrada Real entre Lisboa e Porto, amplamente documentada desde os anos 1230, e com reconstruções e ampliações em vários momentos da sua história. “Está abandonada há muitos anos” – lamentou Paulo Cavaleiro, ao recordar que um pilar ruiu em 2011.

Para parlamentar social democrata, “sabendo-se que o financiamento para a reabilitação de monumentos depende da sua prévia classificação, tem sido muito criticada a decisão de adiar a classificação da ponte até se proceder à sua reabilitação”, exortando o governo a olhar este monumento que deu como “importante no distrito de Aveiro”.

Na resposta, a secretária de Estado da Cultura assumiu que o governo, através da Património Cultural, I.P., “pondera abrir o procedimento de classificação do imóvel, atentos os inegáveis valores patrimoniais em presença”, depois de o primeiro pedido de classificação da ponte, em 2022, não ter sido atendido.

Em 20223, a Assembleia da República discutiu um projeto de resolução pela classificação como imóvel de interesse nacional, mas a Direção Geral do Património emitiu parecer desfavorável à abertura do processo “enquanto não houvesse uma intervenção de recuperação baseada num projeto de requalificação pensado e estruturado”, como recordou Maria de Lurdes Craveiro. Um recurso hierárquico interposto pelo professor da Universidade de Aveiro que propôs a classificação viria a ser indeferido pela secretária de Estado da Cultura de então.

“Pela via da conciliação, da abertura e do diálogo, a Património Cultural, I.P. pretende desenvolver parcerias com o município, com a Universidade de Coimbra e com a Universidade de Aveiro tendo em vista um plano de ação para a recuperação e valorização de um imóvel sobre o qual houve já uma primeira inspeção no dia 13 de setembro” – garantiu a secretária de Estado.