O Partido Socialista de Aveiro considera que é “essencial e urgente” definir estratégia e ações no sentido da mobilidade sustentável, mudando o paradigma do transporte no Município, que permitirá um “contributo significativo na luta contra as alterações climáticas”. Defende medidas do seu programa eleitoral que gostaria de ver aplicadas pela autarquia.
Dá como exemplos a renegociação do contrato de concessão de transportes públicos; a reorganização do espaço público privilegiando a utilização dos modos ativos, bicicleta e peão; o relançamento da Bicicleta de Utilização Gratuita e a garantia de um sistema de intermodalidade, promovendo a ligação entre modos de transporte, estacionamento e serviços diversos, a começar pela estação de Aveiro, pelos apeadeiros e pelos cais de apoio ao transporte fluvial.
Manuel Sousa lembra que no decorrer de 2017 tiveram lugar, em todo o mundo, eventos relacionados com as alterações climáticas, como furacões, cheias ou secas. Em Portugal é ano de seca extrema e tiveram lugar fenómenos climáticos que potenciaram a dimensão dos incêndios deste ano.
A 23.ª Conferência das Partes (COP23) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas e o Acordo de Paris lançam medidas para limitar o aumento da temperatura média global e defendem o caminho rumo à descarbonização. E Portugal, em conjunto com a União Europeia, assumiu um compromisso de redução de 40% da emissão dos gases com efeito de estufa (GEE), dos quais o mais conhecido é o dióxido de carbono, até 2030.
Aveiro é signatário do Pacto de Autarcas para o Clima e Energia, tendo entrada em 2014, apostando numa diminuição de 60% das emissões até 2020 (relativamente a 2008), de acordo com a informação disponibilizada na página da internet do Pacto de Autarcas.
“Apesar da intenção de redução declarada, não se reconhece na ação do Município de Aveiro, esforço neste sentido de redução de emissões de GEE, quer na generalidade dos sectores, quer em particular no sector dos transportes onde o compromisso de redução é tão elevado. Aliás, as políticas atuais do executivo não parecem demonstrar qualquer preocupação neste sentido, face à clara redução da qualidade dos transportes públicos, à falta de investimento em projetos que privilegiem os modos ativos (bicicleta e peão), como a BUGA, e o recente anúncio de um parque de estacionamento na zona do Rossio, que inevitavelmente trará mais automóveis para o centro da cidade, por exemplo”.