O Partido Socialista mantém reservas quanto ao avanço da empreitada na avenida Dr Lourenço Peixinho e lamenta que Aveiro seja gerida como “estaleiro privado” ao jeito de “latifúndio”.
Depois de um primeiro apelo ao adiamento das obras atendendo aos efeitos negativos da pandemia no comércio local, o PS repetiu os argumentos na reunião de câmara desta quinta quinta-feira, agora que é conhecido o visto do Tribunal de Contas para a obra poder avançar.
Depois de posições assumidas por comerciantes que temem pelos efeitos das obras em cima de uma crise económica, o PS não vê condições para o arranque da obra.
“Não é possível avançar com uma obra projetada e apresentada à socapa, por partes, sem o todo, com recurso a todos os truques de engano através da máquina de propaganda paga pelo erário público, com elogio público a quem concorda e a desvalorizar ou insultar a opinião dos que mais precisam de ver o assunto esclarecido, porque dele depende a sobrevivência económica e familiar, e a denegrir todas as outras opiniões ou conhecimentos técnicos e científicos”.
A equipa de vereadores liderada por Manuel Sousa defende que a maioria continua a não dar ouvidos à sociedade civil.
“Ouvir os aveirenses não é atender apenas a quem concorda – sobretudo os que concordam por benefício direto. Dialogar não apenas quando se tem alguma coisa para dizer – e normalmente apenas para comunicar por medo e até à exaustão que já está decidido e acabou a conversa. É importantíssimo elaborar o planeamento da execução de obra, apresentá-lo, discuti-lo com os cidadãos, aferir os impactos, mormente: estruturas e equipamentos existentes, estacionamento, mobilidade, segurança, custos de circunstância, compatibilidade de serviços e faseamento de obra, mecanismos de apoio a quem vive da e na Avenida. As obras na Avenida, ao avançarem contra a vontade dos aveirenses, é apenas mais um sinal de uma política ditatorial que não tem lugar num regime democrático”.