A comemoração do Dia Internacional dos Museus teve um significado especial para o Museu Marítimo de Ílhavo (MMI) que, durante esta semana, atingiu um milhão de visitantes e conquistou um prémio nacional da Associação Portuguesa de Museologia referente à Aplicação de Gestão e Multimédia com o portal Homens e Navios do Bacalhau.
A contabilidade dos públicos refere-se ao período que decorreu desde outubro de 2001, quando o Museu Marítimo de Ílhavo abriu portas remodelado e ampliado. Nos últimos três anos o MMI registou uma média de 80 mil visitantes por ano, marca considerada, segundo a autarquia de Ílhavo, “extraordinária” no contexto português.
O conceito arquitetónico do Gabinete ARX Portugal, concretizado em 2001, deu “escala e modernidade” ao Museu e desafiou a renovação do seu projeto que rapidamente reforçou a sua visibilidade.
“O renovado edifício transformou um museu local e regional num museu de reconhecido impacto nacional e internacional, nomeadamente através das múltiplas redes que o MMI soube estabelecer na Europa Atlântica ao longo destes anos”, refere a autarquia.
A segunda ampliação do Museu Marítimo de Ílhavo, concretizada em 2013 e pelos mesmos arquitetos, deu ao Museu um Aquário de bacalhaus e garantiu mais público.
Na primeira fase desse novo ciclo de vida, o MMI centrou o seu projeto cultural na construção de uma memória coletiva sobre as fainas do mar. Na segunda fase deste seu percurso, o projeto foi orientado para a promoção de uma cultura do mar inclusiva e para a valorização do seu património da pesca do bacalhau.
O arquivo digital foi distinguido com prémio da Associação Portuguesa de Museologia. O Portal “Homens e Navios do Bacalhau” foi constituído a partir das mais de 20 mil fichas de inscrição no antigo Grémio dos Armadores de Navios da Pesca do Bacalhau, objeto de restauro digital e inventariação.
“Tendo em conta que o património mais extraordinário do Museu Marítimo de Ílhavo consiste na memória da frota bacalhoeira portuguesa – os seus HOMENS e NAVIOS - a etapa final deste projeto multimédia resultou num Portal sobre a pesca do bacalhau, que funciona como rede social da memória coletiva, permitindo cruzar o registo dos Homens com o dos Navios, uma ideia de natureza memorial baseada nos atuais conceitos de património inclusivo e colaborativo”, sublinha a Câmara de Ílhavo.