O Ministro do Ambiente deu 'luz verde' ao arranque de investimentos na defesa da costa de Ovar, com recurso a "obras pesadas" e colocação de quebra-mares submersos. A solução defendida pela autarquia vareira garante financiamento e funcionaria "como teste na defesa da costa". João Pedro Matos Fernandes assumiu que o momento é de concretizar ideias que foram estudadas e que poderão ajudar a proteger a orla costeira. (com áudio)
O Ministro do Ambiente falava em Vagos, na apresentação do documento que define prioridades de intervenção em zonas de erosão costeira. Esse plano, intitulado 'Litoral XXI – Governança e Plano de Acção', define políticas de descentralização de competências da Agência Portuguesa do Ambiente para os Municípios.
No caso da Região de Aveiro há acordo da Agência Portuguesa do Ambiente com a Administração do Porto de Aveiro para a utilização de dois milhões de metros cúbicos de sedimentos do interior da infraestrutura portuária e o seu depósito a sul da Barra do Porto de Aveiro. As areias depositadas no Porto de Aveiro vão ser transportadas com recurso a batelões para a frente marítima onde irão reforçar os areais a partir do mar. Será o fim das areias em zona portuária num período de dois ou três anos.
O Ministro diz que é um plano que vai alargar-se a outros pontos do país. Serão 176 milhões de euros de investimento "que é possível alavancar", referiu. "40 milhões estão já comprometidos com projectos que já foram apresentados. Ainda não temos a noção completa das intervenções a fazer, sendo financiadas. Restam 68 milhões para projectos a serem discutidos com as autarquias", disse o Ministro do Ambiente que esteve na inauguração da obra de reordenamento e valorização do Cais da Gafanha de Aquém, em Ílhavo. Obra de 171 mil euros que autarcas e pescadores elogiaram.
Fernando Caçoilo, Presidente da Câmara de Ílhavo, disse que era uma necessidade e que vai qualificar a frente ribeirinha. "A obra já está ao serviço da população. Obrigado à POLIS pelo trabalho realizado. Sendo a última de várias obras aqui concretizadas, temos gratidão pelo trabalho realizado", sublinhou o autarca.
Um pescador, João Paulo, revelou que a obra "é importante e fica para as próximas gerações".
No seguimento da execução desta obra e verificando-se que a preia-mar na zona em questão atingia a cota 1.85 metros com ventos e ondulação, a Câmara Municipal de Ílhavo decidiu investir na proteção das margens contra a subida das marés e os constantes galgamentos numa extensão de 225 metros para sul até próximo da Ponte Juncal Ancho.
A obra da Polis foi elogiada pelo administrador, Ribau Esteves. "Este projeto foi um sucesso. A POLIS permitiu a concretização da obra. Os críticos que façam mais e melhor em cima do que fizemos".
O ministro do Ambiente anunciou ainda que em Novembro "avançará" uma nova recarga dunar nas zonas mais atingidas pela erosão costeira.