Cerca de 89% dos utilizadores de bicicleta discorda do percurso proposto pela autarquia para a ciclovia entre a Estação e a Universidade de Aveiro. Os dados são avançados num inquérito realizado pela Ciclaveiro que colocou em equação três propostas alternativas.
A maioria dos 194 participantes num inquérito realizado pelo Ciclaveiro manifestou a sua discordância relativamente ao percurso pelo Centro de Congressos preferindo a via ciclável pela Avenida José Estêvão ou pela avenida de Santa Joana.
Esta ação da associação visava encontrar eco junto da autarquia e dos utilizadores e foi desenvolvida para dar voz a quem usa a bicicleta. A Ciclaveiro diz que não houve auscultação de utilizadores de bicicleta e de discussão pública de opções nesta intervenção do Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano da Cidade de Aveiro.
O percurso 1 segue da Estação para a Av. Dr. Lourenço Peixinho - Pontes - Alboi - Rotunda do Hospital – Universidade; o percurso sai a da Estação para a Rotunda do Oita - Av. Santa Joana (Sé) - Rotunda do Hospital – Universidade; e o percurso 3 da Estação para a Rotunda do Pingo Doce - Centro de Congressos - Centro de Saúde - ISCA - Universidade.
Dos 194 inquiridos, 89% considerou que as opções para a construção de uma ciclovia que melhor servirá as deslocações entre a Estação, a Universidade e a cidade e que mais contribuirão para a promoção da mobilidade em bicicleta em Aveiro, são as mais centrais à cidade pela Av. Santa Joana e pela Av. Dr. Lourenço Peixinho. Apenas 11% defenderam o percurso 3 pelo Centro de Congressos, a solução avançada pela autarquia.
Mesmo para uma segunda opção de trajeto ciclável entre a Estação e a Universidade, 77% dos inquiridos considera que a escolha deveria recair no Percurso 1 ou Percurso 2.
De entre as três hipóteses de percursos apresentadas no inquérito, aproximadamente dois terços (67%) dos participantes considerou o Percurso 3 (pelo Centro de Congressos) ser mesmo a pior das opções.
Depois desta amostra, a Ciclaveiro desafia a Câmara de Aveiro a fazer o mesmo e promover um estudo de auscultação aos utilizadores de bicicleta - enquanto potenciais futuros utilizadores e principais interessados - na discussão das opções e na tomada de decisões acerca destes assuntos.
“A ausência da auscultação dos interessados aumenta o risco de serem tomadas decisões tecnicamente incorrectas e de numa cidade que tem acumulado atrasos nesta área, em lugar de serem criadas as condições desejáveis para a mobilidade em bicicleta em Aveiro, se estarem a desperdiçar recursos públicos em infraestruturas com utilidade limitada”.