O Partido Socialista celebrou o 5 de Outubro em São Jacinto e colocou o cabeça de lista à Junta, nas intercalares de Novembro, no centro do encontro.
Palco mediático que pode ser entendido como campanha mas que o PS revela estar, apenas, associada a celebrações anuais do 5 de Outubro.
Evocou os ideais republicanos em sessão partilhada pelo Presidente da Comissão Política Concelhia que apontou as razões para o momento evocativo.
"Uma comunidade, uma instituição é tanto mais autêntica, mais profícua, quanto maior for a força dos seus cidadãos, das pessoas que a fazem organismo vivo. Quando estamos em São Jacinto sentimos, pela resiliência, empatia, generosidade dos seus que estamos no centro do mundo. Por isso, por este exemplo, a partir daqui tudo é periferia. Esta sessão é bem representativa deste sentimento que nos une e que deve guindar à volta de projetos que se centrem no essencial para São Jacinto e para os seus patrimónios".
José Ferreira Leite , cabeça de lista à Junta, citou José Mattoso para falar das marcas da história naquele dia de 1910.
Explicou a valorização da data pela importância de sustentar regimes democráticos e apelou ao entendimento entre autarcas.
“A primeira é que os regimes políticos de raiz democrática nunca podem descansar, por mais fortes e consolidados que se mostrem, as suas próprias caraterísticas permitem o aparecimento de movimentos que, ao abrigo dos seus princípios, os questionam e ameaçam. Assim aconteceu nas décadas de vinte e trinta do século passado, quando foram derrubadas as repúblicas em Portugal e na Alemanha e subvertidas as monarquias constitucionais na Itália e em Espanha. Mas essas ameaças continuam nos nossos dias através de movimentos cuja cartilha de princípios é apenas explorar as insatisfações das populações em cada momento, apelando ao que pior nós temos, mas sem nunca nos apresentarem soluções que se enquadrem nos princípios pelos quais nos norteamos”.
O candidato assume a importância e a “necessidade de sujeitar os governos ao controlo do povo” e fez a defesa das Juntas de poder com igual dignidade se olhadas na relação com as Câmaras Municipais.
“E a Constituição, na busca de cumprir aqueles princípios republicanos que atrás foram referidos, estabeleceu claramente que não existe qualquer hierarquia entre as autarquias locais: nem as freguesias são órgãos dos municípios nem estes são associações de freguesias. Mas não nos confundamos: não se pretendem exercícios isolados de poder local, em que cada autarquia conte apenas com os seus recursos para satisfazer essas necessidades das populações”.
Numa freguesia que tem vivido tempos de agitação na relação com o poder autárquico municipal, José Ferreira Leite defendeu aprofundamento das políticas de cooperação.
“Da interdependência entre os órgãos resulta o que chamo de princípio da cooperação: os vários órgãos do Poder Local, as várias autarquias, devem cooperar entre si de forma a melhor atingir essa satisfação das necessidades”.