A maioria Unir para Fazer que governa o município de Ílhavo faz balanço positivo à execução de relatórios para controlo das delegações de competências mas as Juntas de Freguesia continuam a dizer que o sistema é burocrático e coloca em causa a autonomia das Juntas.
E desta vez, também o autarca eleito pelo movimento independente pediu alívio da carga.
O tema esteve em debate na Assembleia Municipal de Ílhavo em mais um relatório de execução.
Um dos momentos mais quentes aconteceu com a intervenção de Rui Rufino que teceu considerações sobre a capacidade de execução das Juntas.
O vogal do movimento independente considerou Gafanha do Carmo e São Salvador bons exemplos pelos elevados níveis de execução.
Já a Gafanha da Nazaré e a Gafanha da Encarnação foram apontadas como estando ainda distantes da máxima capacidade de execução (com áudio)
A declaração viria a motivar a resposta da bancada socialista.
Luís Leitão apelidou a intervenção de Rui Rufino de “cartilheira” com incorporação de “politiquice” com “duas charutadas a duas Juntas”.
“É uma descortesia”, afirma Luís Leitão que vê os autarcas de freguesia “mais soltinhos” do que no passado com capacidade de vincar as suas posições.
Luís Diamantino, um dos mais críticos do modelo implementado, revela que a burocracia instalada coloca em causa a autonomia das Juntas e transforma os autarcas em revisores de faturas (com áudio)
O autarca da Gafanha do Carmo sugere apenas dois relatórios e sem faturas.
João Braga, líder da Junta de São Salvador eleito pelo movimento independente”, elogia o esforço de todas as Juntas e pediu mais autonomia.
Sobre a que lidera diz que se apetrechou a tempo e horas para não depender tanto de fornecimentos externos.
E não deixou de sugerir o alívio da carga burocrática.
“Se pudermos reduzir também agradeço. É um trabalho extra dos funcionários a organizar faturas”.
Augusto Rocha, autarca da Gafanha da Encarnação, diz que há “relatórios em excesso” mas João Semedo, vice presidente responsável pela articulação com as Juntas, destaca o “espírito de colaboração” entre serviços municipais e Juntas.
“Queremos que as Juntas possam ter maior capacidade todos os dias. Queremos que essa proximidade seja reforçada e que sejam mais capazes. Vejo os presidentes pouco felizes nas suas intervenções e não é isso que tenho sentido. Vejo-os satisfeitos. Os protocolos de 2022 estão praticamente executados. Os executivos já estão entusiasmados com os projetos de 2023”.
O autarca garantiu, ainda, que os protocolos de 2023 estão praticamente fechados e vão assegurar reforço de verbas (com áudio)