O debate da Assembleia Municipal de Ílhavo, sobre aquisição de imóveis para colocar no arrendamento, ficou marcado pela “entrada” do Chega, num discurso acusado por todas as bancadas de ser xenófobo, e acabou com a explicação da maioria sobre o carácter voluntário da operação.
A maioria diz que esta operação se faz num ambiente voluntário em que ninguém força ninguém.
João Semedo, vice presidente que gere este dossiê, acredita que a aquisição de habitações pode tornar-se um sinal ao mercado que vê já a entrar em fase de “arrefecimento” mas ainda sem reflexo nos preços.
O autarca fez a defesa da proposta que leva o Município a regulamentar essa operação de aquisição.
Diz que a autarquia não quer correr o risco de aquecer ainda mais o mercado nem entra como "agente imobiliário".
É uma das peças de uma estratégia traçada no campo da habitação e que vai passar pela capacidade de resposta em casos de urgência e no fomento da oferta noutros segmentos.
João Semedo diz que a dinâmica de construção do setor privado está em alta e que a oferta é expressiva.
"Não é só Aveiro. E não falo apenas das praias", disse João Semedo.
Da bancada que apoia a maioria, ouviu-se a voz de Mariana Lopes em defesa de um modelo que visa ações voluntárias ao contrário do arrendamento coercivo.
A vogal deixou claro que é importante envolver cidadãos na análise ao modelo até como forma se pode divulgar esse modelo (com áudio)
Luís Leitão, do PS, vê sinais positivos na abordagem da autarquia e personalizou no vice presidente as políticas de habitação.
"É uma boa solução. O comprador deve comprar a preço razoável, isento de especulação".
André Guimarães, do PSD, questionou as metas traçadas pela maioria na aquisição de propriedades.
Quer saber se há objetivos tangíveis no processo de aquisição.
"Qual a meta da Câmara para esta OPA?" atirou o deputado que não encontrou no protocolo com o IHRU dados sobre a iniciativa.
Margarida Alves reforça a mensagem e diz que esperava mais do que os 11 milhões anunciados para a Estratégia Local de Habitação.
João Campolargo responde que há valores de referência para as aquisições recusando entrar em ações especulativas.
O autarca de Ílhavo assume "ambição" para o setor da habitação e acredita que não será necessário endividar a autarquia para responder ao programa.
Reforça que este este é um tempo de urgência num município onde há "garagens transformadas em habitação".
"Temos tido pouco tempo para concretizar objetivos", resume Campolargo.