O Primeiro-Ministro justifica as limitações do apoio às empresas com limites traçados pela União Europeia.
António Costa declarou na abertura das Millennium Talks, em Ílhavo, que o Governo foi até ao limite do que era permitido pela Comissão Europeia.
Perante cerca de 400 empresários do distrito de Aveiro, entre os quais muitos que temem pelo aumento dos preços da energia, Costa assumiu a insuficiência de recursos disponibilizados às empresas no pacote de ajuda aprovado.
Ainda assim quis deixar sinal de optimismo.
“É suficiente? Seguramente que não. É aquilo que é o limite legal fixado pela Comissão Europeia e, portanto, a restrição não foi financeira, não foi política. É a restrição legal que vigora em toda a Europa para as medidas de auxílio de Estado”.
O financiamento à economia, por via das empresas, as limitações nos combustíveis e o mecanismo ibérico de eletricidade são apontados como armas num combate que vai exigir resiliência aos empregadores num quadro agravado pela inflação.
"Sabemos que é uma situação muito difícil para as empresas, para quem trabalha nas empresas e onde temos de fazer um esforço conjunto para manter a atividade, conseguir manter a economia em funcionamento, continuar a encontrar clientes que comprem os produtos e manter a capacidade de produção", afirmou no rescaldo da visita a uma empresa do setor cerâmico.
O Governo anunciou esta quinta-feira um pacote de medidas para ajudar as empresas a lidar com os efeitos da inflação.
Apoio a indústrias intensivas em gás, linhas de crédito, eficiência e transição energética e apoio à formação de trabalhadores são algumas das medidas previstas e que canalizam fundos para medidas ligadas ao setor produtivo.
As empresas pedem alívio da carga fiscal mas do Governo recebem a suspensão temporária do ISP e da taxa de carbono sobre o gás natural utilizado na produção de eletricidade e cogeração e uma majoração de IRC em 20% dos gastos com eletricidade e gás natural, fertilizantes, rações e outra alimentação para atividade de produção agrícola.
(com áudio - António Costa)
Foto: Tiago Petinga (Lusa)