Helga Correia acusa o governo de não promover uma atuação em linha com o agravamento da incidência das perturbações psiquiátricas e com o aumento do consumo de antidepressivos.
A parlamentar social democrata, eleita por Aveiro, lamenta a redução da capacidade instalada de internamento.
“Não colocamos em causa a bondade e a pertinência da proposta apresentada pelo governo. Contudo, não podemos deixar de lamentar que, num período pós- pandemia, as políticas públicas e o apoio do governo, não estejam em linha com o agravamento da incidência das perturbações psiquiátricas e com o aumento do consumo de antidepressivos” vincou Helga Correia, na discussão de uma proposta de lei que aprova a Lei de Saúde Mental e altera a legislação conexa, conjuntamente com quatro projetos do Livre, do CH, do BE e do PAN, que versam sobre a mesma matéria.
Recordando que um em cada cinco portugueses sofre de perturbação psiquiátrica e que os números colocam Portugal como o segundo país a nível da União Europeia quanto à prevalência destas patologias e o quinto em consumo de antidepressivos, a deputada aveirense enfatizou tratar-se de “matéria da maior relevância, que deve ser vista e tratada como prioridade política do governo, para o bem-estar das pessoas e dos seus cuidadores”.
A deputada do PSD referiu-se, na sua a intervenção, aos números que apontam para a existência, em agosto, de 649 psiquiatras e 136 pedopsiquiatras, para os dar como “manifestamente insuficientes”, o que, na sua opinião, “se reflete, diretamente, nos tempos de espera para consultas de psiquiatria na infância e da adolescência em doentes não identificados como prioritários”.
Helga Correia juntou aquilo a que chamou de “outros fatores de preocupação: “a reduzida dimensão da rede de cuidados continuados integrados em saúde mental – cuja capacidade deve ser aumentada, as assimetrias geográficas já identificadas que devem ser corrigidas e a reorganização dos serviços de saúde mental – não pode colocar em causa a capacidade instalada ao nível do internamento”.