O Conselho Intermunicipal da Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro afirma-se atento ao “Plano de Investimentos em Infraestruturas / Ferrovia 2020”, apresentado pelo Governo no passado dia 12 de Fevereiro, e lamenta que a qualificação da Linha do Vouga, entre Aveiro e Águeda, tenha ficado de fora. A mudança de Governo gerou mudanças nas prioridades e as autarquias não gostaram da “desqualificação”.
A ligação ferroviária a Espanha, a partir de Aveiro, é outro dos temas em análise e os Municípios sugerem que a decisão deve assentar na forma de reduzir os custos de logística das empresas e a rentabilidade do investimento público.
Temendo a discussão do tema em torno dos custos da reabilitação da linha da Beira Alta ou a construção de uma nova via entre Aveiro e Salamanca os autarcas advertem para os riscos de uma decisão baseada apenas no custo.
“Essa opção do Governo Português e da Comissão Europeia, não pode ser tomada pelo mais barato, nem pela servidão aos gestores da pequena política de quem tem uma visão do século passado e não uma visão de futuro, nem esquecendo o objetivo fundamental da competitividade da economia portuguesa”.
Ainda assim, defendem que deve ser requalificada a Linha da Beira Alta para a servidão do território percorrido “com a qualidade que as populações exigem e merecem, mesmo sendo uma zona pouco habitada e pouco industrializada”.
Ficou como ponto assente a importância de “desenvolver projetos da Ligação Ferroviária Aveiro / Salamanca com um traçado novo onde tecnicamente se exige, sem as inultrapassáveis limitações técnicas de várias zonas da Linha da Beira Alta, com a garantia de continuidade do corredor ferroviário em Espanha, onde a atual Linha também padece de graves limitações técnicas que têm de ser resolvidas a bem do investimento em Portugal”.
Os autarcas reclamam uma discussão mais aberta com apresentação de estudos, envolvimento de Autarcas e Associações Empresarias (Conselho Empresarial do Centro com sede em Coimbra), Associação Industrial do Distrito de Aveiro, Associação Empresarial de Portugal (com sede no Porto) e da AI Minho (com sede em Braga), entidades que defendem a competitividade da ligação Aveiro – Salamanca. E defendem a auscultação da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento dos Sistemas Integrados de Transportes.
“Repudiamos os estudos técnicos rápidos, de circunstância e de encomenda, as propostas irreais e absurdas como a utilização da Linha do Douro para o transporte ferroviário de mercadorias do Porto de Leixões para a Europa, o folclore político poluidor da opinião pública, as palavras provocatórias e superficiais como a de chamar faraónica às opções competitivas apenas porque exigem mais investimento, a atitude de alguns alimentarem guerras no Centro/Norte de Portugal, enquanto no Sul se executam as obras e se capacita o território”.