Fernando Caçoilo despede-se da liderança da Câmara de Ílhavo com uma mensagem que acentua o funcionamento da democracia e a mudança de poder numa autarquia marcada pela “sustentabilidade financeira”.
O autarca diz que fica o "orgulho" pela colocação de Ílhavo nos rankings mais sustentáveis.
É o 29.º Município com melhor equilíbrio financeiro; o 20.º Município com melhor Resultado Operacional e ocupa o 30.º lugar no Ranking Global dos Municípios de média dimensão na lista dos 100 melhores classificados globalmente (em 2018, ocupava a 58.ª posição).
“Ainda na vertente financeira, em 8 anos, o valor do exercício da dívida bancária foi reduzido de 21 milhões para uns expectáveis 3 milhões no final deste ano, alcançando, desta forma, uma sustentabilidade financeira que garante um futuro equilibrado e estável para o, sempre desejado, desenvolvimento territorial”, refere Fernando Caçoilo.
O autarca despediu-se com um alerta à população para que os resultados eleitorais não resultem em "divisão do Município".
Entende que a marca vitoriosa de João Campolargo na Freguesia de São Salvador pode ter feito renascer as marcas de um Concelho "partido em dois". (com áudio)
O Presidente cessante da Câmara Municipal de Ílhavo passou em revista os 24 anos de poder, com destaque para os últimos 8 com responsabilidades de liderança.
Fernando Caçoilo diz que a herança é “positiva” como símbolo de um Município em crescimento e a ganhar população.
O autarca lembra que apesar de finalizado, o mandato autárquico e as dinâmicas do desenvolvimento municipal “não foram interrompidas” e, na hora de transmissão de ‘testemunho’, assegura que Campolargo receberá “um conjunto significativo de obras em curso, outras adjudicadas ou vários projetos que espelham o desenvolvimento e a coesão territorial do Município”.
São 16 as obras, a maioria da responsabilidade da Câmara Municipal, outras em parceria com outras Entidade, como, por exemplo, a AdRA e a Agência Portuguesa do Ambiente, que estão ainda a decorrer, representando um investimento global de cerca de 6 milhões de euros.
Há, ainda, quatro compromissos já assumidos em obras adjudicadas e que aguardam a sua fase de execução num investimento total de 7,1 milhões de euros.
A reabilitação e manutenção do Pavilhão Municipal da Gafanha do Carmo; a construção da Rede de Águas Residuais e Pluviais da Gafanha da Encarnação; a requalificação do Salão Cultural e Extensão de Saúde da Gafanha da Encarnação e a construção do Corredor Ciclável entre a Zona Industrial da Mota, Gafanha da Encarnação, e a Gafanha da Nazaré são as empreitadas lançadas.
Uma lista de obras e projetos que engloba ainda projetos em fase de elaboração técnica como o Centro Cívico da Gafanha do Carmo; a Rede de Águas Residuais e Pluviais da Gafanha do Carmo/Boavista; o novo Centro Escolar da Gafanha da Encarnação centro/norte; o estudo prévio para a recuperação do Argus e a requalificação parcial (junto à Igreja e à Junta de Freguesia) da Avenida José Estêvão, na Gafanha da Nazaré.
Os Vereadores eleitos pelo Partido Socialista, Eduardo Conde, Sérgio Lopes e Sara Pinho, fecharam o ciclo de trabalho na oposição em Ílhavo com balanço ao mandato.
Uma equipa de vereadores que contou, a título temporário, com Alfredo Sousa.
Sérgio Lopes, vereador e presidente de concelhia do PS, destaca o grau de compromisso com a tarefa assumida na oposição.
“Apesar das dificuldades de meios e de tempo que são consagradas pela Lei e pelos costumes aos Vereadores de oposição, acrescendo as frequentes omissões de informação, todas as posições por nós tomadas tiveram em conta o escrupuloso estudo dos dossiês e a exigência do cumprimento dos princípios democráticos, legais e éticos que se devem exigir na gestão autárquica”.
Os vereadores destacam ainda a abertura que mereceu o trabalho da maioria que, em muitos casos, recebeu o voto favorável do PS.
“A cada crítica, fizemos corresponder uma proposta construtiva de implementação alternativa de investimentos ou iniciativas municipais. Estamos convictos que o Município teria saído a ganhar se houvesse abertura por parte da maioria para soluções mais dialogadas”.
Agradecimento aos autarcas que saem e votos de felicidades aos que chegam marcam esta fase de transição que é de “adeus” ao mandato.
“Mas se a convergência é importante, a divergência também é essencial para marcar as diferenças entre as partes, sem unanimismos falsos ou calculistas, e assegurar a representação da diversidade de posições e ambições que emanam dos eleitores”.
Sérgio Lopes afirma-se tranquilo e defensor do lugar que a divergência pode assumir na coesão dos territórios. Diz que há lugar para todos "mesmo os que não pensam da mesma forma dominante". (com áudio)
A tomada de posse dos novos órgãos da Câmara está marcada para o próximo domingo.