PS e PSD trocam acusações a propósito do despacho instrutório do processo “Ajuste Secreto” e que no caso de Estarreja tem o Vice-Presidente da Câmara acusado da prática de 18 crimes.
O tema passou da agenda judicial para a agenda política com o principal partido da oposição a dizer que o presidente da Câmara desresponsabiliza-se da gestão de obras.
A vereadora Catarina Rodrigues leu o despacho do processo e não gostou de ver que o autarca que lidera a autarquia tenha dito em Tribunal “desconhecer quem faz a indicação dos membros do júri”, acabando por referir “não se sentir à vontade com as obras públicas, sendo tal tarefa assumida por Adolfo Vidal e respetivos técnicos”.
O PS recorda que Sabina foi jurista, chefe de gabinete, vereador com competências nas áreas do urbanismo e das freguesias, entre outras, e, por fim, presidente, mas que “não se sente à vontade” na pasta das obras públicas.
Na reunião de Câmara em que a questão foi colocada, o presidente solidarizou-se com o vice-presidente e criticou a forma como o PS está a agarrar o tema antes de eleições.
“Não estivéssemos em pleno momento pré-eleitoral, estranharíamos tal posição. ora como não é o caso, cá temos nós que melhor caracteriza este Partido Socialista local: a mediocridade, a mesquinhez, a falta de carácter e de respostas e propostas para quem quer liderar uma Câmara Municipal”.
O autarca entende que é cedo para conclusões e reafirma confiança no trabalho de Adolfo Vidal “até quando for necessário”.
Para o PS esta resposta é sintomática porque entender que o autarca atirou culpas para cima do vereador.
“Na sessão de câmara de 24 de junho de 2021, Diamantino Sabina e seus vereadores, assumiram em ata e por escrito que se revêem na gestão do município denunciada pela Polícia Judiciária, pelo Ministério Público e pela Juíza de Instrução”, acusa o PS.
Os socialistas lembram os fundamentos do processo para questionar a liderança de Diamantino Sabina.
“É permitir que, contra a lei e contra os interesses de Estarreja, seja um indivíduo de uma empresa externa a fixar o valor de obras municipais para depois indicar qual das suas empresas é que as executa. Isto, para contornar os limites da despesa pública. Ou, noutras ocasiões, executar as obras e só depois de feitas, iniciar os procedimentos exigidos por lei”.