A deputada do PSD Carla Madureira questionou a ministra da Saúde sobre a reabertura das unidades de saúde do concelho de Ovar encerradas pela pandemia e que, entretanto, estão a beneficiar ou já beneficiaram de adaptações. Numa pergunta dirigida à tutela, a parlamentar social democrata alude ao alarme provocado no seio da população pelas declarações do diretor do agrupamento de centros de saúde, que pôs em causa o investimento feito nas obras.
“O diretor do Agrupamento de Centros de Saúde do Baixo Vouga, em declarações à Agência Lusa, veio dizer que as adaptações propostas para os edifícios das três unidades de saúde, para acolher profissionais e utentes com garantia do devido distanciamento físico e de segurança sanitária, são um ‘desperdício’" – lê-se no texto que suporta a pergunta.
Carla Madureira quer resposta da ministra sobre se tem conhecimento das declarações do diretor do Agrupamento de Centros de Saúde do Baixo Vouga segundo as quais a intervenção nas unidades de saúde do concelho de Ovar são um desperdício e sobre se está em condições de garantir a reabertura das unidades de saúde de São Vicente Pereira, Arada e Furadouro, mal estejam concluídas as obras de adaptação.
A deputada aveirense recorda que “o concelho de Ovar viveu este ano um período particularmente marcante da sua História, ao ter-lhe sido imposta a única cerca sanitária em território continental, para fazer face à pandemia associada ao Covid-19”, sublinhando que, apesar disso, “num esforço transversal – que juntou autarquia, instituições e população – deu a resposta que se impunha”.
“Ao encerramento programado da unidade de saúde de Maceda, a pandemia arrastou consigo o fecho de portas das unidades de São Vicente Pereira, Arada e Furadouro, nestas últimas três dado como sendo a título provisório. Foi explicado, à época, aos utentes que nestes edifícios não seria possível criar circuitos distintos para utentes, profissionais e resíduos hospitalares, ou seja, uma questão de segurança” – escreve Carla Madureira, notando que “a população resignou-se” e deu uma resposta positiva.
Para a parlamentar social democrata, não se entende, assim, a reflexão sugerida pelo diretor do ACES sobre se “mais valia fechar estes polos, porque só tornam as Unidades de Saúde Familiar [que os supervisionam] mais ineficientes, dada a dispersão de recursos e a exigência de termos mais pessoal a trabalhar para se fazer menos".
“O senhor diretor do Agrupamento defende a prestação de cuidados de saúde primários numa perspetiva exclusivamente economicista e burocrática, ignorando que é o representante da tutela nesta região em específico, e que esta deverá pugnar por políticas pública de proximidade também, e sobretudo, nesta área tão sensível e nesta altura em particular” – conclui Carla Madureira antes de colocar as questões à ministra da tutela.