O Bloco de Esquerda interpelou o Ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, sobre a situação da Linha do Vouga, instando a que seja apresentado um calendário para essa requalificação, assim como uma verba concreta.
Depois de na semana passada um comboio ter ficado parado no meio da via por falta de combustível, o Bloco de Esquerda voltou a insistir na urgência de requalificação desta Linha e levou o assunto à Assembleia da República. “O caso até seria caricato se fosse apenas um caso isolado. O problema é que não é”, disse o deputado Moisés Ferreira que lembrou que ainda no início de abril um comboio foi suprimido e não chegou a sair de Aveiro porque também não tinha gasóleo, para além de inúmeras situações de avarias que se registam nesta linha.
Lembrando que o Bloco de Esquerda tem apresentado, ao longo dos anos, várias propostas de requalificação da Linha do Vouga que passam “pela eletrificação da linha, pela mudança de bitola, pela correção de traçado e pela renovação dos comboios”, lembrou também que o Governo tem anunciado várias vezes o investimento para esta linha, mas que esse investimento nunca se concretiza nem chega ao terreno."De facto, em novembro de 2018, o Governo anunciava 24 milhões de euros para linha; depois, em janeiro de 2019, já não seria essa verba, mas sim uma verba de 75 milhões. Em abril de 2019, a Infraestruturas de Portugal anunciava, afinal, um investimento de 10 a 11 milhões. E passado todo este tempo, de anúncio em anúncio, nada se fez".
"Perante isto e tendo em conta que a Linha do Vouga é um transporte público e uma via de comunicação da maior importância para a região, o Bloco de Esquerda defendeu que o investimento deve sair do papel e exortou o Ministro das Infraestruturas a comprometer-se com uma verba específica e com uma data para início da obra".
Na resposta à interpelação, o Ministro admitiu apenas que as supressões de comboios na Linha do Vouga são comuns, mas nada adiantou sobre a requalificação da mesma.